Dinâmica do nitrogênio e do fósforo e estado trófico nas águas do rio Turvo Sujo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Barros, Flávia Mariani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Doutorado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/643
Resumo: Dentre os vários problemas advindos da poluição dos recursos hídricos estão a eutrofização acelerada e a contaminação das águas com elementos químicos potencialmente tóxicos. A eutrofização é reconhecida como um dos problemas de qualidade da água de maior importância na atualidade. A velocidade da água é uma das variáveis que deve ser considerada na avaliação do índice de estado trófico, sendo que, ambientes com maior velocidade da água tendem a apresentar uma menor produtividade fitoplanctônica. A capacidade de incorporação de poluentes, pelos cursos de água, depende das interações entre as condições físicas, químicas e biológicas destes, sendo que, a reaeração atmosférica é o principal fator responsável pela introdução de oxigênio no meio líquido, possibilitando, assim, que o curso de água atinja condições adequadas de oxigênio dissolvido para sobrevivência de espécies aeróbias. Desta forma, objetivou- se com o presente trabalho, avaliar a dinâmica de algumas variáveis de qualidade da água em um trecho do rio Turvo Sujo, em diferentes épocas do ano, com vistas à predição da eutrofização e contaminação com elementos potencialmente tóxicos. O estudo foi realizado no rio Turvo Sujo, em um trecho de aproximadamente 5 km, localizado após o encontro deste rio com o ribeirão São Bartolomeu. Foram quantificadas as variáveis clorofila a, nitrogênio total, nitrato, amônio, diferentes formas de fósforo, potencial hidrogeniônico, turbidez, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, cobre, manganês, ferro, zinco, crômio, níquel, cádmio e chumbo. A quantificação das variáveis de qualidade da água e da velocidade da água foram realizadas em diferentes épocas do ano em cinco diferentes pontos. Os valores do coeficiente de desoxigenação (K1) foram obtidos utilizando-se o método de quantificação do consumo de oxigênio da amostra, com posterior análise de regressão dos dados. Os valores do coeficiente de reaeração (K2) foram obtidos por meio da equação de Streeter-Phelps. Equações para estimativa dos valores de K2 em função de características hidráulicas do curso de água também foram obtidas. Os dados foram analisados por meio de regressão. Os valores de turbidez e da demanda bioquímica de oxigênio foram maiores nas épocas de verão e outono, correspondentes às maiores vazões no rio Turvo Sujo, enquanto que os valores de condutividade elétrica e potencial hidrogeniônico foram mais elevados nas épocas de ocorrência de maiores precipitações (primavera e verão). As concentrações de nitrogênio total e amônio foram maiores nas épocas de outono e inverno, enquanto as concentrações de nitrato foram maiores nas épocas de primavera e verão. Houve grande variabilidade nas concentrações de fósforo, o que pode ter ocorrido devido à ressuspensão do sedimento de fundo do rio. As concentrações de cobre e manganês foram maiores na época do verão, devido ao maior escoamento superficial ocorrido nesta enquanto que os elementos mais tóxicos como o crômio, cádmio e chumbo foram observados, em maiores concentrações, na primavera, época esta onde foi verificada a menor vazão. As variáveis que melhor contribuíram para o ajuste da equação de predição da clorofila a foram o fósforo total dissolvido, nitrogênio total e velocidade da água. Em praticamente todas as classificações em relação ao índice de estado trófico para o rio Turvo Sujo, a concentração de fósforo conduziu a uma classificação do ambiente em classe trófica superior à obtida quando a clorofila a foi tomada como referência; portanto, em rios, a velocidade da água é um fator de extrema importância e que deve estar sempre vinculado aos dados de clorofila a para predição da eutrofização e para cálculo do índice de estado trófico. Na época chuvosa (primavera e verão) o coeficiente de desoxigenação foi mais alto que na época da seca (outono e inverno). A vazão do rio teve maior influência no coeficiente K2 que os valores da velocidade, sendo os valores de K2 mais altos em menores vazões.