Seletividade de extratos botânicos às abelhas Partamona helleri e Apis mellifera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pereira, Renata Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7357
Resumo: Abelhas africanizadas e silvestres são potencialmente suscetíveis a inseticidas sintéticos, mas podem não ser a inseticidas botânicos. O objetivo do trabalho foi avaliar a seletividade dos extratos de Nicotiana tabacum L. (folha e rolo), Anadenanthera columbrina Vell. e Agave americana L., às abelhas Apis mellifera e Partamona helleri. Avaliou-se ainda o consumo de dieta, a taxa respiratória e o voo das abelhas como parâmetros subletais. Para tanto, realizou-se bioensaios de mortalidade com abelhas adultas mediante exposição por contato e ingestão, utilizando o inseticida imidaclopride como controle positivo. As abelhas sobreviventes foram submetidas aos testes de respiração e voo. A tolerância das abelhas aos extratos variou entre A. mellifera e P. helleri, de acordo com o tipo de extrato utilizado e em resposta ao tipo de exposição. Após contato, A. mellifera apresentou maior suscetibilidade aos extratos de N. tabacum (rolo) e A. americana. Nos bioensaios de ingestão, o extrato de A. americana reduziu a sobrevivência de P. helleri e A. mellifera. Já a ingestão de A. colubrina reduziu a sobrevivência de A. mellifera. Apesar de ter ocorrido toxicidade de alguns extratos às abelhas, a sobrevivência foi sempre maior em relação aos resultados obtidos com o imidaclopride, que foi letal para 100 % das abelhas. No consumo da dieta foram observadas diferenças entre os tratamentos, mas que não é observada quando comparados os tratamentos com seus respectivos controles. Foi observado que após o jejum, A. mellifera ingeriu pouco alimento contaminado independentemente do tratamento, e quando oferecido alimento livre dos extratos, consumiu maior quantidade do alimento. Ao contrário, P. helleri ingeriu maior quantidade de alimento contaminado e reduziu o consumo de alimento puro ao longo do tempo (exceto N. tabacum rolo). Ainda que tenham consumido maior quantidade de alimento contaminado, P. helleri foi mais tolerante aos extratos (exceto as análises de ingestão de A. americana). Tanto nos bioensaios por contato quanto por ingestão, não foram detectados efeitos negativos no voo e na taxa de respiração das abelhas sobreviventes. Concluímos então, que a suscetibilidade aos extratos é variável entre espécies de abelhas, entre compostos e de acordo com o tipo de exposição. De forma geral os extratos se apresentam seletivos as abelhas, e mesmo os extratos mais tóxicos foram mais seletivos do que o imidaclopride. Assim, caso sejam efetivos contra insetos-alvo, os extratos de N. tabacum (folha e rolo), A. columbrina e A. americana podem ser utilizados como alternativa aos compostos sintéticos de forma a contribuir para a preservação de abelhas melíferas e, principalmente, de abelhas sem ferrão.