Desenvolvimento pós-embrionário do intestino médio e efeitos mediados por Espinosade em Partamona helleri (Apidae, Meliponini)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araujo, Renan dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/26738
Resumo: Entre as abelhas sociais brasileiras, as pertencentes à Tribo Meliponini, popularmente chamadas de “abelhas indígenas sem ferrão”, são as mais conhecidas e consideradas importantes polinizadores das árvores nativas. O intestino médio é o principal órgão do trato digestório desses insetos, sendo responsável pela digestão e absorção de alimentos. Eventuais intoxicações, como por exemplo, exposição à bioinseticidas, podem resultar em prejuízos ao desenvolvimento pós-embrionário e homeostase do intestino médio e, consequentemente, para o indivíduo, como um todo. O bioinseticida Espinosade é uma mistura de compostos tetracíclicos-macrólidos sintetizados por Saccharopolyspora spinosa (Bacteria: Actinobacteridae). Por causa da sua origem natural, supõe-se que o Espinosade seja mais seguro e menos agressivo ao meio ambiente e às abelhas que os inseticidas sintéticos. Todavia, doses subletais de Espinosade podem induzir efeitos substancialmente desfavoráveis às abelhas, inclusive no intestino médio. Os objetivos deste trabalho foram: 1. Compreender o remodelamento do intestino médio durante a metamorfose de operárias da abelha sem ferrão Partamona helleri; 2. Caracterizar os efeitos letal e subletal da exposição oral crônica do Espinosade no desenvolvimento pós- embrionário dessas abelhas e 3. Avaliar os efeitos da exposição oral aguda do Espinosade na sobrevivência individual, na atividade em grupos, no intestino médio e no cérebro de operárias forrageiras. Dados de imunofluorescência, morfologia, comportamento e sobrevivência foram analisados em larvas, pupas e operárias adultas expostas e não expostas ao Espinosade. Durante o remodelamento do intestino médio, os processos de apoptose e autofagia ocorrem em praticamente todos os estágios de desenvolvimento, com a autofagia sendo mais evidente do que a apoptose, na maioria dos estágios analisados. A ingestão do Espinosade no estágio larval, diminui a sobrevivência, atrasa o tempo de desenvolvimento, compromete o remodelamento epitelial do intestino médio durante a metamorfose e prejudica a organização da matriz peritrófica. Por fim, o Espinosade é capaz de agir negativamente na sobrevivência individual, na atividade geral em grupos e pode comprometer o epitélio do intestino médio de larvas e adultas (recém- emergidas ou forrageiras). Em geral, os dados obtidos contribuem para um melhor entendimento da morfogênese do intestino médio de P. helleri e mostram o risco potencial do Espinosade nos diferentes estágios de desenvolvimento desta espécie. Palavras-chave: Abelhas sem ferrão. Efeitos subletais. Bioinseticida.