A experiência pública das ocupações secundaristas: traço de um Brasil Contemporâneo
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30619 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.430 |
Resumo: | O presente trabalho pretende compreender o fenômeno da experiência pública das ocupações secundaristas no Brasil contemporâneo. As ocupações se constituem enquanto um fenômeno recente na história do país, e para isso nos apoiamos em três diferentes seções neste trabalho: o primeiro observando as apostas num futuro falido e observando narrativas midiáticas sobre a Reforma do Ensino Médio em grandes veículos de imprensa; o segundo percebendo as diferenças como acontecimento; e o terceiro sobre as corporeidades e latinoamericanidades da ocupação. Como metodologia, lança mão do paradigma indiciário (GINZBURG, 1991; BRAGA, 2008) e da noção de midiatização (ANTUNES; VAZ, 2008), a partir do procedimento analítico da análise de paisagens verbo-visuais (ABRIL, 2010). O primeiro capítulo se propõe a entender as narrativas midiáticas sobre a Reforma do Ensino Médio de 2016, presentes em matérias jornalísticas de portais online da imprensa e do Ministério da Educação. Em seu referencial teórico, o texto usa das noções de estratos de tempo (KOSELLECK, 2014) e de estagnação (GUMBRECHT, 2015) para compreender como, na contemporaneidade, podem emergir projetos de educação pautados num futuro falido, nos âmbitos relacionais de organizações cunhadas pela modernidade – Estado, Mercado e Ciência (MAFRA; MARQUES, 2019). Assim, a Reforma do Ensino Médio emerge como um desses projetos, aqui examinada a partir de narrativas midiáticas presentes nos portais de notícias dos jornais El País e G1, e do Ministério da Educação. O segundo capítulo em seu referencial teórico, o texto lança mão das noções de acontecimento (DELEUZE, 2007; GALLO, 2002) diferença (SILVA, 2000), melancolia (BENJAMIN, 1987) e latência (GUMBRETCH, 2014), afim de identificar tonalidades afetivas presentes nas ocupações, em meio à emergência das diferenças como singularidades. Com a metodologia antes utilizadas, o capítulo segue a partir da busca por indícios midiatizados responsáveis por oferecer experiências nas quais nos fosse possível identificar tanto um devir-melancólico quanto um devir-latente, principalmente na rede social Facebook. A partir da evidência de dados durante as ocupações e após as ocupações, o capítulo evidencia que a singularidade estética presente nas ocupações revela-se por indubitável traço acontecimental, este que possui organicidade e continuidade a partir de uma lógica contemporânea, produzida por uma interconexão entre ruas e redes. Além disso, conclui que melancolia e latência apresentam-se como tonalidades afetivas presentes na educação, em contextos do Brasil contemporâneo, denunciadas pelas ocupações secundaristas. O terceiro e último capítulo apresenta a partir de um referencial que se propõe compreender a presentificação das ocupações. De certa forma, esse fenômeno se localiza num tempo e no espaço porém não apresentam um fim pois existe uma possibilidade de reexperimentar o acontecimento e torna-lo presente a partir de projetos audiovisuais como filmes, peças de teatro, poesia, música. Assim, se apoiando nos conceitos de presentificação e simultaneidade de Gumbretch (2015) e no livro Os fantasmas da colônia de Rafael Haddock-Lobo (2020) para desenvolver este trabalho. Por fim, como conclusões, o trabalho considera que tais categorias evidenciam a composição propícia à emergência das ocupações secundaristas, e emergências, atmosferas e latinoamericanidades. Palavras-chave: Ocupações secundaristas. Emergências. Atmosferas. Latinoamericanidades. |