Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Leandro Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11640
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Resumo: |
O discurso acadêmico sobre a pós-modernidade traz um panorama negativo dos tempos atuais. Ao declarar a morte de Deus, a filosofia de fins do século XIX denuncia o fim progressivo da esperança nas grandes narrativas, o progresso científico, a religião, os grandes juízos morais, já não são mais critérios de valor absoluto. Esse período iniciado com o desenrolar das contradições geradas pela revolução industrial e que perdura em tese, até os dias atuais, é marcado pelo avanço do niilismo no cotidiano, que abriu espaço para a invasão da técnica, com a quantificação da vida agora pautada pela produtividade e não pelo valor da ação, promovendo, por acréscimo, a desvinculação de todo o sentido moral. Nesse contexto de vazio ético, o interesse do ser humano pelas religiões ressurge entre outras coisas, como espaço de resistência frente às opressões de classe, com o homem demandando não mais apenas o seu lugar no céu mas, antes o seu bem na terra. Notadamente nos últimos censos realizados no Brasil, percebe-se uma efervescência muito intensa entre os segmentos protestantes, sobretudo, nas denominações chamadas neopentecostais, com aceite amplo das camadas mais pauperizadas para as mesmas. Observada a tendência neopentecostalista ao elogio do progresso material como parte indissociável da aliança do fiel com Deus, o presente estudo buscou analisar o conteúdo de afinidades existentes entre a ética neopentecostal e o melhor manejo dos recursos em indivíduos com declarada condição de pobreza, como é o caso dos beneficiários do Programa Bolsa Família. Considera-se que uma pesquisa que abarque tal problemática representa um desafio metodológico de alta monta, posto que as aproximações entre religião e políticas públicas, no sentido ora proposto, são ainda incomuns no atual debate acadêmico. Assim, a fim de se conhecer o desconhecido, optou-se pela abordagem etnográfica compreendida como forma de estudo aberto, flexível e dialógica. Uma vez em campo, algumas tendências se confirmaram, como o papel central da mulher na potencialização de usos do benefício. O dinheiro, tema de grande aflição entre os estudiosos e vetor de amplos debates, inclusive no meio evangélico, se mostrou colocado como um dos elementos de uma reserva de significados transcendentes a ele mesmo. Por fim, concluiu-se que o neopentecostalismo pode ser visto como um caminho viável para a potencialização de sujeitos vulnerabilizados no contexto da modernidade periférica, dentro da perspectiva de que Deus tem separado o melhor para o ser humano, bem como, que a ética neopentecostal pode orientar o melhor uso e manejo dos recursos do PBF. |