Religiosidade neopentecostal metainstitucional: uma religiosidade sem limites

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Morais, Edson Elias de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191083
Resumo: Tivemos por objetivo analisar a religiosidade evangélica brasileira e revisitar as tipologias clássicas que sedimentam a maioria das pesquisas, senão todas, sobre o campo evangélico. Foi na década de 1990 que se produziram inéditas pesquisas sobre a diversidade religiosa do mundo evangélico, principalmente a partir da consolidação das igrejas que ficaram conhecidas como neopentecostais. A tese de Doutorado de Paul Freston e a Dissertação de Mestrado de Ricardo Mariano se tornaram referências obrigatórias para se compreender a evolução, os desdobramentos e a diversidade do mundo evangélico. As tipologias criadas para ordenar e classificar os vários grupos evangélicos naquele momento, estavam fundamentadas na Sociologia Compreensiva de Max Weber e, como se sabe, elas não podem ser entendidas como categorias ontológicas, mas como instrumentos analíticos da realidade, portanto não podem se cristalizar e se desistoricizar. A problemática parte desta questão, visto que inúmeras pesquisas, desde então, utilizam as mesmas tipologias sem fazer as devidas ressalvas, não esclarecendo as modificações na prática religiosa dos fieis em muitas igrejas locais que, em não poucos casos, as colocam em xeque. Não tivemos por objetivo reconstruir tais tipologias, mas questionamos sua capacidade heurística para explicar as atuais manifestações religiosas no campo evangélico, posto que as transformações culturais tem conseguido borrar cada vez mais as fronteiras identitárias e denominacionais destas igrejas. Ao invés de maior diversidade, partimos da hipótese de que a religiosidade neopentecostal tem sido assimilada em diferentes graus pelas demais igrejas evangélicas, caracterizando-se como uma religiosidade metainstitucional, pois não encontra barreiras institucionais, ou denominacionais, dada a sua maleabilidade e capacidade de combinação e por não ser dogmática. Tais modificações têm se reverberado no espaço público como controvérsias político-morais, colocando em questão os princípios da laicidade e da própria democracia. Diante disso, recorremos as reflexões de Jürgem Habermas sobre a legitimidade e os limites da religião no espaço público. Como também as obras de Paul Freston, Antônio Gouvea Mendonça e José Bittencourt filho para compreender os posicionamentos das igrejas evangélicas no decorrer da história recente. Como técnica de pesquisa, adotamos questionário online para coletar dados dos membros leigos, análise de sermões, ensinamentos e reflexões de líderes religiosos disponíveis nos canais de igrejas e pregadores na internet, e a observação participante. Utilizamos dois filmes norteamericanos com o intuito de comparar o ethos religioso conservador e inclusivo e a religiosidade brasileira. Como base teórico-metodológica nos firmamos na Sociologia Compreensiva de Max Weber. Concluímos que a religiosidade neopentecostal se faz presente cada vez mais, nas mais variadas igrejas, e sob diversos recortes e adaptações, portanto, uma religiosidade que atravessa, perpassa e permeia, em determinada medida, a religiosidade das variadas confessionalidades evangélicas brasileiras, por isso, tem se tornando uma religiosidade metainstitucional e que não tem limites.