Uma aproximação à novelística de Javier Marías a partir do intertexto shakespeariano em El hombre sentimental e Corazón tan blanco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Viviane de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28310
Resumo: Javier Marías (1951), um dos escritores espanhóis contemporâneos mais conhecidos e um dos intelectuais mais destacados tanto dentro como fora de seu país, é o autor dos romances El hombre sentimental (1986) e Corazón tan blanco (1992). Considerando a importância das traduções e das referências estéticas que o autor buscou fora da tradição literária espanhola para constituição de sua singularidade estilística, o presente trabalho tem como objetivo examinar a ação que os textos de Shakespeare, nomeadamente Othello e Macbeth, operam na gênese das referidas obras mariasianas, discutindo como a relação intertextual se materializa nos romances e se integra de maneira efetiva com a escrita romanesca do escritor espanhol e suas obsessões temáticas. Para tanto, depois de comentarmos o contexto histórico e cultural em que o trabalho romanesco de Marías está inserido e a influência em sua concepção literária do escritor espanhol Juan Benet, sublinhamos, com base em estudos no campo do intertexto e em teorias da intertextualidade, a importância e a validade de demonstrar como a literatura se escreve e inscreve nas lembranças que tem de si mesma. Apropriando-nos, dessa forma, das reflexões sobre Paródia que Linda Hutcheon tece em seu livro Uma teoria da paródia (1985), demonstramos como o romancista espanhol se aproxima (e se apropria), na obra El hombre sentimental, do discurso e da temática engendrados por Shakespeare em Othello. De maneira análoga, utilizamos como instrumentos de literatura comparada os cinco tipos de relações transtextuais (intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, arquitextualidade e hipertextualidade) delineadas por Gerard Genette (1989) em seu livro Palimpsestes (1982) para analisar o romance Corazón tan blanco em seu influxo com a tragédia Macbeth. Este trabalho evidencia, por fim, que, nas obras El hombre sentimental e Corazón tan blanco, sobressai-se o intertexto com o teatro de Shakespeare do qual Marías extrai os temas recorrentes de seus romances como a morte, a mentira, o silêncio, o segredo, o oculto, o fingimento e o engano, fios condutores das relações falar/calar-se, saber/não saber, agir/ignorar que tanto o deslumbram e caracterizam sua narrativa. É, em síntese, na exegese shakespeariana que Marías propõe uma reflexão sobre a impossibilidade de alcançar a verdade.Palavras-chave: Intertextualidade. Romance espanhol contemporâneo. Javier Marías. Shakespeare.