Fatores associados ao estado nutricional de iodo de nutrizes e lactentes do município de Viçosa, Minas Gerais: um recorte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Azevedo, Francilene Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27791
Resumo: A iodação do sal foi implantada para controlar a deficiência de iodo em diversos países do mundo. No entanto, a deficiência ainda acomete quase 2 bilhões de pessoas. Dentre essas, o grupo materno-infantil demanda maior preocupação, devido à alta prevalência de deficiência. Durante a lactação, a deficiência pode prejudicar o desenvolvimento do recém-nascido, causando danos irreversíveis, sobretudo no desenvolvimento neuropsicomotor. Portanto, estudos populacionais devem ser conduzidos a fim de verificar os fatores associados ao estado nutricional de iodo nesse grupo. Objetivo: Avaliar a relação entre o estado nutricional de iodo de nutrizes e lactentes, bem como os principais fatores associados à deficiência. Metodologia: Esse estudo faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). Para as revisões sistemáticas, foi adotado a metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews. Após a busca nas bases e exclusão das duplicidades, os artigos foram selecionados conforme os critérios de inclusão por dois pesquisadores independentes, de acordo com a leitura de títulos, resumos e texto completo. Os dados dos artigos selecionados foram sintetizados e discutidos. Para o artigo original, foi avaliada uma amostra parcial do estudo transversal realizado no município de Viçosa-MG. Participaram do estudo 128 nutrizes com 18 anos ou mais, entre 15 e 90 dias após o parto e seus respectivos filhos. A amostra compreendeu indivíduos das áreas urbanas e rurais, usuários da rede pública de saúde do município. Não foram incluídas mulheres com histórico de doenças tireoidianas, assim como crianças que receberam qualquer outro alimento nos últimos 15 dias que antecederam a coleta, além do leite materno. Os dados foram coletados de janeiro a setembro de 2019. As mães foram identificadas nas Unidades Básica de Saúde e no Hospital Maternidade e convidadas a participar do estudo. Aquelas que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido responderam a um questionário com informações socioeconômicas, demográficas, ambientais e de saúde da mãe e da criança. Também foram avaliados o conteúdo de iodo na urina da mãe e da criança para verificar a ingestão atual de iodo, sal de cozinha e temperos utilizados nos domicílios. O conteúdo de iodo na água das unidades de saúde foi dosado para representar as regiões do município. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares Statistical Package for Social Sciences® (SPSS) e STATA® Statistical Software, versão 13.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (número de parecer 2.496.986). Resultados: As revisões sistemáticas apontaram que existe uma forte correlação entre a concentração de iodo urinário da criança e da mãe, bem como entre concentração de iodo no leite materno e iodo urinário dos lactentes. Além disso, os filhos apresentaram menor prevalência de inadequação do estado nutricional de iodo, em comparação à mãe, exceto para situações em que as nutrizes faziam uso de tabaco, que compromete a nutrição de iodo do lactente. Ainda, foram apontados como fatores associados ao uso do sal iodado, a concentração de iodo na água. Já o uso da suplementação durante a gestação foi capaz de melhorar o desenvolvimento psicomotor, comportamental e a resposta ao som. Além disso, melhores resultados foram observados quando a suplementação foi mantida durante a lactação. No estudo realizado em Viçosa-MG, a prevalência de deficiência foi de 36,7% e 11,6% para nutrizes e lactentes, respectivamente. Não foi observada correlação significativa entre a iodúria materna e do lactente, assim como entre a iodúria materna e o conteúdo de iodo no sal, no tempero e na água de consumo. O aumento na idade do lactente, no período interpartal e na renda, reduziram as chances de deficiência de iodo nas nutrizes. Considerações finais: No município de Viçosa-MG, a prevalência de deficiência de iodo foi maior para nutrizes, quando comparado aos lactentes e não houve relação com a iodúria materna. Alguns fatores como o consumo de iodo por meio da água e do sal iodado apresentaram-se como principais fatores associados ao estado nutricional de iodo para o grupo materno-infantil. Enfatiza-se a necessidade de realizar pesquisas com propósito de evidenciar a condição de cada local e assim incentivar a implementação de políticas de prevenção e de um ponto de corte para classificação do consumo excessivo de iodo em lactentes e nutrizes de acordo com a concentração de iodo urinário. Palavras-chave: Iodo. Lactente. Concentração de Iodo Urinário. Nutriz.