Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Machamba, Almeida Abudo Leite |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/28130
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Resumo: |
No mundo, a deficiência iódica prevalece alta ao mesmo tempo que o consumo do sal aumenta na população. O grupo materno-infantil é o mais afetado provocando efeitos irreversíveis para o bebê. Revisões sistemáticas recentes têm explicado este fato por fatores demográficos, econômicos, ambientais, de saúde e do consumo alimentar terem influência sobre a concentração de iodo urinário nas mulheres. Avaliar os fatores associados ao estado nutricional de iodo em gestantes e nutrizes. O presente trabalho faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). Os documentos produzidos para esta tese foram três artigos de revisão e um artigo original. As revisões sistemáticas que incluíram o grupo materno-infantil foram desenvolvidas de acordo com a metodologia do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Para a inclusão dos estudos, foram consideradas as intervenções como o consumo de sal iodado, suplementos e alimentos fortificados com iodo e como desfechos considerou-se os níveis de concentração de iodo na urina de gestantes e nutrizes, do leite materno da nutriz e o perfil do desenvolvimento neurocognitivo nas crianças. Os resultados foram analisados no programa software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS ® ) versão 27, com base em frequências absolutas e relativas, média e desvio padrão, mediana, percentis (25º e 75º) e regressão linear simples considerando-se significativo p<0,05. O artigo original, de delineamento transversal, foi composto por uma amostra total de 319 gestantes e nutrizes, com idade ≥ 18 anos, sem histórico de doença tireoidiana, atendidas nos serviços pré-natal, de puerpério e de vacinação dos seus filhos de 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Viçosa-MG, entre 2018 e 2020, foram coletados 20 mL de urina, 50 g de sal, 50g de tempero das gestantes e nutrizes e 400 mL da água das UBSs em que as mulheres foram atendidas. Foram realizadas entrevistas, através de um questionário com auxílio do software Research Electronic Data Capture (REDCap ® ) versão 8.10.1, onde foram coletadas informações sobre as variáveis sociodemográficas, gestacionais, puerperais, clínicas, bioquímicas, de hábitos de vida, sobre o consumo alimentar e hábitos de compra e uso do sal. Os resultados, foram analisados no programa SPSS ® versão 27 e no programa Stata ® versão 13, onde foram analisadas as frequências absolutas, relativas, médias, medianas, percentis (25º e 75º) e regressões lineares simples e os seus respetivos intervalos de confiança (95% IC). As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n o 2.496.986). De acordo com os estudos de revisão sistemática, o grupo materno-infantil com foco nas gestantes e nutrizes mostrou-se como o mais afetado pela deficiência iódica no mundo. Contudo, observou-se uma melhora nos níveis de iodúria na população ao longo dos anos, com o aumento da adequação da concentração de iodo urinário (CIU) de 16,9 para 166% e, uma redução da taxa de bócio da anterior 1,2 para 62%. Esta modificação é resultante do aumento no número de países no mundo com programas de iodação sustentáveis. O que em parte, a suplementação e o consumo de alimentos fortificados com iodo contribuíram para melhorar o perfil de iodo urinário, o conteúdo de iodo no leite materno e consequentemente o estado nutricional de lactentes, quando o consumo de sal não foi suficiente para atender as necessidades iódicas em mulheres residentes em áreas com deficiência moderada a leve de iodo (mediana de CIU < 100 μg/L para nutrizes e < 150 μg/L para gestantes). Assim, gestantes e nutrizes, por constituírem um grupo populacional em que a recomendação de ingestão diária de iodo é quase o dobro da recomendação para demais adultos, apresentam maior risco de inadequação. No artigo original, detectou-se uma prevalência baixa da deficiência de iodo em gestantes e nutrizes (proporção de deficiência de iodo abaixo de 50%). E que a adequação do conteúdo de iodo no sal, o conteúdo de iodo na água, o local de conservação do tempero caseiro e o consumo diário de refeições nos domicílios contribuíram para a melhora dos níveis de iodo urinário. Considerando que o conteúdo de iodo na água ser baixo (< 10 μg/L ) e do temperos se associar a valores baixos de CIU, o consumo do sal puro adequadamente iodado junto com o de refeições diárias no domicílio são os que mais disponibilizam e adequam o consumo de iodo no grupo avaliado. Os achados deste estudo contribuem de forma significativa para obtenção de informações que subsidiam a necessidade do reajuste dos valores de ingestão de iodo para o grupo materno infantil e monitoramento ao longo do tempo o seu impacto. Contudo, mais estudos são necessários para comprovar esses achados de modo que, se construam políticas e se desenhem estratégias concretas, direcionadas e efetivas para o combate da deficiência. Palavras-chave: Iodo. Aleitamento materno. Consumo alimentar. Iodúria. Gestação. Lactação. |