Estado nutricional de iodo e fatores associados em gestantes brasileiras: estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil)
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/32296 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.137 |
Resumo: | O iodo é essencial para a síntese de hormônios tireoidianos, em que a deficiência pode provocar na gestação aborto espontâneo e hipotireoidismo e o excesso, disfunções tireoidianas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o estado nutricional de iodo e os fatores associados em gestantes brasileiras. Esse projeto faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). As revisões sistemáticas foram elaboradas segundo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA) e registradas no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). O risco de viés foi avaliado pelas ferramentas do Intituto Joanna Briggs. As meta-análises foram realizadas no software R e Statistical Software (STATA). Nos artigos originais, foram avaliadas gestantes brasileiras maiores de 18 anos. Para a coleta das informações socioeconômicas, demográficas, ambientais e de saúde foi aplicado um questionário semiestruturado. Para caracterização do estado nutricional, foi determinada a Concentração de Iodo Urinário (CIU). A disponibilidade alimentar foi avaliada pelo teor de iodo em amostras de água, alimentos in natura, sal de consumo domiciliar e em temperos. Para estimativa do consumo, foi aplicado o recordatório de 24 horas. Na análise estatística, foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade das variáveis. Na análise descritiva, foram apresentadas as frequências absolutas e relativas e medidas de tendência central e de dispersão. Para verificar a associação entre as variáveis obstétricas e socioeconômicas com a CIU, foi utilizado o teste Qui-quadrado. E para avaliar os fatores associados ao estado nutricional de iodo, foi realizada a regressão logística multinomial hierarquizada. O nível de significância adotado foi de 5%. De acordo com as revisões sistemáticas, a prevalência, no mundo, de ingestão excessiva de iodo em 10.736 gestantes foi de 52%. As principais implicações para as gestantes foram hipotireoidismo e hipertireoidismo. Para o recém-nascido, macrossomia e disfunção tireoidiana. Com relação a suplementação, a ingestão de 200 μg/dia de iodo foi capaz de alterar a CIU durante a gravidez, por isso deve ser iniciada no período pré-concepcional. Nos artigos originais, foram avaliadas 2.376 gestantes, com CIU mediana de 186,6 µg/L. A prevalência de deficiência de iodo foi de 36,7%, acima da necessidade 28,7% e excesso 3,6%. A concentração mediana de iodo no sal ingerido foi de 26,6 mg/kg, nos temperos 1,1 mg/100g, na água 2,9 µg/L e nos alimentos in natura 19,4 µg/100g. A ingestão alimentar média de iodo foi de 160,2 µg. Além disso, observamos que houve maior chance de deficiência entre as gestantes não-brancas (OR = 1.83; IC95%:1.27 – 2.64) e menor chance entre as gestantes que não exerciam trabalho remunerado (OR = 0.71; IC95%:0.52 – 0.98). Por outro lado, gestantes que estavam no terceiro trimestre apresentaram menor chance de ter ingestão de iodo acima da necessidade (OR = 0.52; IC95%:0.31 – 0.88). Assim, os resultados desse estudo serão fundamentais para a construção de políticas públicas e para o direcionamento de estratégias efetivas para prevenção e controle dessas alterações que podem provocar consequências irreversíveis para a saúde materna-infantil. Palavras-Chave: Gravidez. Iodo. Estado Nutricional. Saúde Materna. Brasil. |