Determinantes virais associados às diferentes propriedades biológicas de dois isolados de Lettuce mosaic virus (LMV): cinética da infecção viral e infecção dos tecidos embrionários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Beserra Júnior, José Evando Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Doutorado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1020
Resumo: O mosaico da alface, causado pelo potyvírus Lettuce mosaic virus (LMV), é uma das principais doenças da cultura. A estirpe típica do vírus inclui isolados transmitidos pela semente, mas que não infectam cultivares de alface contendo os alelos de resistência recessivos mo11 e mo12. A estirpe Most inclui isolados transmitidos pela semente e que infectam tais cultivares. O isolado brasileiro AF199 pertence à estirpe Most. A taxa de transmissão pela semente desse isolado chega a 16,5%. Esse isolado induz sintomas mais severos em Nicotiana benthamiana e possui período latente mais curto em comparação ao isolado E , coletado na Espanha. Além disso, esse isolado é capaz de induzir necrose sistêmica em certas cultivares de alface. O isolado E infecta cultivares contendo os genes de resistência recessivos, mas não é transmitido pela semente nessas cultivares. O presente trabalho teve como objetivos: (i) analisar os tecidos de óvulos e embriões de alface infectados pelos isolados AF199 e E; (ii) estudar os mecanismos de adaptabilidade dos isolados AF199 e E, e de três recombinantes obtidos entre eles, na cultivar de alface Salinas 88 e em N. benthamiana. O isolado AF199 foi detectado em todos os tecidos de óvulos coletados antes ou após a fertilização. Já o isolado E não foi detectado em nenhum dos tecidos do óvulo, antes ou após a fertilização. Esses resultados indicam que a não transmissão pela semente do isolado E se deve ao fato das partículas virais não serem capazes de atingir o tecido reprodutivo feminino, e sugerem que fatores relacionados ao movimento do vírus na planta podem estar envolvidos no processo de transmissão do LMV pela semente. A cinética de infecção viral foi analisada em plantas nas quais a folha inoculada foi destacada após diferentes períodos de tempo. O acúmulo de RNA viral foi analisado em folhas inoculadas e não-inoculadas. Os resultados indicam que o isolado AF199 atinge maior concentração nas folhas inoculada e não-inoculada mais cedo que o isolado E, em ambos os hospedeiros. O recombinante Rec1 induziu sintomas distintos dos parentais e acumulou mais em N. benthamiana. O recombinante Rec4 apresentou menor acúmulo dentre todos os isolados/recombinantes testados em N. benthamiana. Em alface, os recombinantes Rec3 e Rec4 apresentaram acúmulo cerca de 10 vezes superior ao isolado AF199. Conclui-se que o isolado AF199, e os recombinantes que possuem a região P1/HC-Pro desse isolado, são mais adaptados do que isolados que possuem essa região do isolado E. Essa melhor adaptação poderia estar relacionada à supressão do silenciamento gênico induzida por P1/HC-Pro.