Análise comparativa do genoma de dois isolados de Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) obtidos de diferentes hospedeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Barros, Danielle Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Doutorado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1016
Resumo: No Brasil e em outros países onde se cultiva o maracujazeiro à doença viral denominada endurecimento dos frutos é um fator limitante à produção. Durante muitos anos esta virose esteve associada a uma única espécie de potyvirus, o Passion fruit woodiness virus (PWV). No entanto, estudos conduzidos ao longo dos últimos 20 anos demonstraram que duas outras espécies de potyvírus, o Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) e o East Asian Passiflora virus (EAPV), também podem causar a mesma doença. As plantas infectadas apresentam mosaico e endurecimento do pericarpo dos frutos. No Brasil, foi demonstrado recentemente, através de caracterização molecular, que isolados de potyvírus causando endurecimento dos frutos anteriormente classificados como PWV com base em características biológicas e sorologia são na verdade isolados de CABMV. Os diversos isolados analisados foram capazes de infectar espécies de leguminosas como o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris) e o caupi (Vigna unguiculata). Até o momento, somente um isolado de CABMV (CABMV-Zimbábue, obtido de caupi) teve seu genoma completamente sequenciado. Para alguns isolados brasileiros, a seqüência correspondente à região codificadora da proteína capsidial e a região 3 não traduzida foram determinadas. A análise destas sequências não foi capaz de fornecer informações capazes de explicar as diferenças biológicas observadas entre os isolados. O objetivo deste trabalho foi obter a sequência de nucleotídeos completa de dois isolados de CABMV do Brasil, um deles provenientes de plantas de maracujá-amarelo apresentando sintomas de endurecimento dos frutos (isolado MG-Avr, que também infecta feijão e caupi), e outro proveniente de amendoim (isolado BR1, também infecta feijão e caupi porém não infecta maracujá). Os isolados virais foram mantidos e multiplicados em plantas de caupi cv. Pitiúba. O RNA viral foi purificado a partir de preparações virais concentradas e utilizado como molde para a síntese de cDNAs, que por sua vez foram utilizados como molde para reações de PCR longo utilizando-se uma DNA polimerase com atividade de correção de erro e diferentes combinações de oligonucleotídeos degenerados e específicos. As sequências de nucleotídeos dos isolados BR1 e MG-Avr são 95% idênticas e apresentam 87 e 86% de identidade com o CABMV-Z, respectivamente. Ambos os isolados apresentam todas as características típicas de potyvírus, incluindo o potencial de codificar uma poliproteína que sofre autoproteólise gerando de 8 a 10 proteínas virais. Dessas proteínas, P3 e VPg são as mais conservadas entre os dois isolados, com 99% de identidade para a seqüência de aminoácidos, e a CP é a menos conservada, com 85% de identidade. A análise filogenética das seqüências completas de nucleotídeos indicou que os dois isolados brasileiros se agruparam juntamente com o isolado Z, no grupo de espécies de potyvírus que infectam leguminosas, no subgrupo do Bean common mosaic virus (BCMV). Estudos de mutagênese e análise do fenótipo poderão identificar de forma definitiva possíveis regiões ou aminoácidos que possam estar envolvidos na diferenciação biológica dos dois isolados.