Parâmetros reprodutivos de fêmeas caprinas tratadas com os hormônios hCG, progesterona, eCG e cloprostenol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Prosperi, Claudio Pories
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
hCG
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11227
Resumo: Este trabalho foi realizado com os seguintes objetivos: A) Estudar a eficiência reprodutiva das cabras das raças Alpina e Saanen tratadas com hormônios. Neste trabalho, cabras em lactação, das raças Alpina (83) e Saanen (60), na estação de acasalamento, induzidas pelo programa de fotoperíodo artificial, foram distribuídas em dois tratamentos, após a cobrição. As cabras do tratamento 1 (controle ou T1) receberam solução salina (1 mL) e as do tratamento 2 (tratadas ou T2) receberam 250 UI de hCG, via intramuscular (1 mL), no terceiro dia no pós-estro. A taxa de gestação, detectada por exame ultra-sonográfico realizado no 35 o dia após a cobrição, das cabras das raças Alpina e Saanen, controles e tratadas, foi de 80,35 e 70,27%, e 72,73 e 81,48%, respectivamente. O hCG não afetou a taxa de gestação dos animais dentro de tratamentos nem entre raças, e a taxa média de gestação foi de 77,2 e 75,0 % para os controles e tratados, respectivamente. Também a duração média das gestações nas cabras não foi afetada pelo tratamento (P>0,05), sendo 151 ± 3 dias (34) para os animais do T1 e 151 ± 2 dias (47) para os de T2. As amostras de sangue para análise da concentração plasmática de progesterona (P4) foram coletadas de cinco cabras Alpinas por tratamento, no dia do estro (dia 0), no dia de aplicação do hCG ( dia 3), e nos dias 8, viii15, 21, 42 e 60 após o estro. Não houve diferença na concentração plasmática média de P4 entre os tratamentos (P>0,05), sendo 5,84 ng/mL nos animais-controle e de 5,76 ng/mL nos animais tratados, porém houve diferença em relação aos dias de coleta (P<0,05); B) Verificar a efetividade da redução do tempo de permanência da esponja intravaginal impregnada com acetato de medroxiprogesterona (60 mg de MAP) sobre a indução e sincronização do estro. Foram utilizadas 28 fêmeas Saanen nulíparas, 17 não- lactantes e 46 em lactação (91 animais), fora da estação de acasalamento, distribuídas aleatoriamente em dois tratamentos (T1: 14 nulíparas, 8 não-lactantes e, 21 lactantes, e T2: 14 nulíparas, 9 não-lactantes e 25 lactantes). Nestes tratamentos, as esponjas intravaginais foram mantidas por seis e nove dias, respectivamente. Independentemente do tratamento, 24 horas antes da retirada das esponjas, os animais receberam 200 UI de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) e 25 μg de análogo de prostaglandina F 2á , (cloprostenol = PGF). Não se verificou diferença em relação à taxa de manifestação de estro entre as cabras dos tratamentos dentro das categorias (P>0,05), sendo nulíparas 78,57 e 85,71%, não-lactantes 87,50 e 66,67%, e lactantes 85,71 e 88,00% no T1 e T2, respectivamente. O início do estro e sua duração não variaram com o tratamento (P>0,05), apenas apresentando diferença de acordo com a categoria animal, visto que, as cabras nulíparas entraram em estro mais cedo que as não-lactantes e as lactantes (P<0,05), com valores de 25,36; 49,21; e 42,77 horas após a retirada da esponja, respectivamente. A duração do estro foi maior nas cabras nulíparas que nas lactantes, 35,0 vs 23,7 horas (P<0,05), mas não diferiu das não-lactantes (28,2 horas) e as duas últimas não diferiram entre si (P>0,05). A percentagem de cabras gestantes não diferiu entre os tratamentos (P>0,05), sendo de 72,97% no T1 e de 73,68% no T2. O número de crias ao parto não diferiu entre as cabras dos tratamentos (P>0,05), sendo de 1,82±0,13 e de 1,58±0,16 no T1 e T2, respectivamente; C) 1 - Verificar, a eficácia da PGF em provocar o retorno ao estro das cabras (13), quando aplicado no terceiro dia no pós- estro. A taxa de retorno ao estro foi de 66,00 e 70,00% para as cabras Saanen e Alpina, respectivamente (P>0,05), com taxa média geral de 69,23%, durante a estação de acasalamento induzida por fotoperíodo artificial. A taxa de gestação avaliada no 35 o dia após a cobrição por ultra-sonografia foi de 87,5%; C) 2 - Comparar o protocolo padrão (T1), que emprega duas aplicações de 125 μg PGF intervaladas de dez dias, com o protocolo de tempo reduzido (T2), cujas aplicações são intervaladas de sete dias, durante a estação reprodutiva natural. No sétimo dia, aplicaram-se nos animais duas doses intervaladas de 10 horas, totalizando 250 μg de PGF. A taxa de indução de estro foi similar para as cabras do T1 e T2, sendo de 87,50 e 75,00%, respectivamente, após a primeira aplicação, porém, após a segunda aplicação verificou-se uma taxa de 66,6% e 100,0% para as de T1 e de T2, respectivamente. O intervalo tratamento-início do segundo estro foi menor para o protocolo reduzido, em relação ao padrão (28,86±5,40 x 46,50±7,55 horas, P<0,05). Não houve diferenças entre a duração do estro (36,00±27,28 e 34,29±12,83 horas) e o tempo decorrido do início do estro à ovulação (31,50±27,44 e 27,43±7,63 horas) e nem para o número de ovulações (1,25±0,50 e 1,86±0,69) entre as cabras do T1 e o T2, respectivamente (P>0,05); C) 3 - Comparar a taxa de indução, o intervalo e a duração do estro em cabras das raças Saanen e Alpina, utilizando-se dois protocolos com intervalos de aplicações de PGF de sete dias, sendo T1 com duas aplicações de 125 μg de PGF no sétimo dia, intervaladas de 10 horas e o T2 com uma única aplicação de 125 μg de PGF no sétimo dia, durante o período de transição entre a estação de reprodução natural e a de anestro estacional . As cabras apresentaram taxa de retorno ao estro inferior aos experimentos anteriores, sendo 55,56 e 44,44% de estros no T1 e T2, respectivamente, mas a taxa de resposta à segunda aplicação de PGF foi de 80,00 e 100,00% de estros no T1 e T2, respectivamente, com média geral de 88,89%. Não houve diferenças do intervalo tratamento-início de estro e duração do estro, tanto após a primeira quanto após a segunda aplicação (dia sete), com observação de menor duração média de estro (27,00±11,86 horas) nas cabras dos dois tratamentos, quando comparado aos outros experimentos. Concluiu-se que o hCG aplicado no terceiro dia após o estro não altera a concentração plasmática de P4 e não melhora a taxa de gestação das cabras. A redução da duração do tempo de tratamento com MAP em cabras da raça Saanen foi eficiente em induzir e sincronizar o estro. O corpo lúteo de cabras das raças Alpina e Saanen é sensível à ação da PGF no terceiro dia de sua formação, e o protocolo de tempo reduzido (sete dias) é igualmente eficaz em induzir e sincronizar o estro.