Efeitos de dietas dissociadas em carboidratos e proteínas sobre a composição corporal, o metabolismo energético e o comportamento alimentar em homens com excesso de peso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira, Fernanda Cristina Esteves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2740
Resumo: Os tratamentos atuais para obesidade têm fracassado em manter o peso perdido, mostrando a necessidade urgente de encontrar outros caminhos que permitam o correto manejo desta alteração metabólica, em longo prazo. Assim, o conhecimento do metabolismo energético, do efeito dos nutrientes e do ritmo circadiano na obesidade é imprescindível para compreender sua etiologia e determinar os elementos da dieta mais eficazes na promoção e manutenção da perda de peso corporal. Nesse sentido, a dieta dissociada preconiza não consumir na mesma refeição carboidratos e proteínas, a fim de promover uma maior eficiência metabólica. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi comparar prescrições de dietas que dissociem os carboidratos e as proteínas em diferentes refeições (almoço e jantar) e seus efeitos sobre o peso, a composição corporal, o metabolismo energético, a ingestão alimentar, e algumas variáveis bioquímicas envolvidos em todo o processo. De forma aleatória 18 indivíduos do sexo masculino foram distribuídos nos 3 grupos de dieta: grupo controle (GCT=6), grupo proteína (GPT=7) e grupo carboidrato (GCH=5). O percentual calórico proveniente de lipídeo, proteína e carboidrato nos 3 grupos foi 28%, 21,74% e 50,26% (GCT); 28,20%, 22,60% e 49,20% (GPT e GCH). A quantidade de proteína e calorias por g/kg de peso corporal nas dietas testadas foi de aproximadamente 1,3 e 29,4, respectivamente. Foram realizados encontros quinzenais para acompanhar o seguimento e adesão às dietas ao longo do período experimental. Ao final das 8 semanas, verificou-se que os participantes do GCT tiveram uma perda ponderal média de 4,70%, GPT de 4,65% e GCH de 6,50%. Não houve diferença significativa, em relação à maioria dos parâmetros analisados, entre os grupos, sendo observada redução mais expressiva nestes para GCH. Além disso, houve uma menor perda de massa magra e menor redução do GER também no GCH. A TID noturna não apresentou mudanças significativas após a intervenção. Já a AAC para TID obtida ao longo de 4 horas após o almoço, mostrou um valor maior para o GCH seguido por GPT e GCT, mas sem diferença significativa. De modo contrário, a AAC obtida após o jantar foi maior para GPT seguido por GCT e GCH. Não foi verificada diferença significativa no volume de VCO2 e VO2, ao longo de 4 horas, entre os grupos, tanto no período pós-prandial do almoço como do jantar. Diferença significativa foi observada para RQ, no período pós-prandial do almoço, em 60, 120, 180 e 240 minutos entre os grupos GPT e GCH; e GCT e GCH, com maior RQ para GPT e menor para GCH. Contudo, no jantar essa diferença, entre os mesmos grupos foi verificada somente em 240 minutos. A diferença que se manteve por mais tempo no jantar foi entre GCT e GPT nos tempos de 60,120 e 180 minutos, com menor RQ para GPT e maior para GCT. O GER pós-prandial no período do almoço e do jantar não mostrou diferença significativa entre os grupos em nenhum dos pontos avaliados durante 4 horas. As sensações subjetivas de apetite, não apresentaram diferenças significativas, em nenhum dos períodos avaliados, independente dos grupos de dieta testada. No entanto, quando comparado o período inicial com o final, dentro dos próprios grupos, verificou-se redução da fome, aumento da saciação e redução do desejo prospectivo de se alimentar após o jantar no GPT e aumento da saciedade e redução do desejo prospectivo de se alimentar após o almoço no mesmo grupo. Ao contrário, no GCH observou-se aumento da fome e do desejo prospectivo de se alimentar e redução da saciedade após o jantar. No GCT verificou-se aumento da fome após o almoço e redução da saciedade no jantar. Assim, em adição, à perda de peso produzida nos 3 grupos de participantes com excesso de peso, todas as dietas mostraram efeitos metabólicos benéficos, como mudança na composição corporal, redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como circunferência da cintura, concentrações de triacilgliceróis e ácido úrico, dentre outras. Porém, o consumo de proteína no período noturno (GPT) parece ter um efeito maior sobre a TID e o gasto energético ao longo do dia, o que consequentemente resultou em mudanças no comportamento alimentar.