Metabolismo energético, composição corporal e consumo alimentar na cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ravelli, Michele Novaes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151778
Resumo: Objetivo: verificar a influência do bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) nas mudanças de composição corporal, gasto energético total (GET) e na acurácia das equações preditivas de GET, nos momentos pré e 6 e 12 meses após a cirurgia bariátrica. Métodos: Participaram da pesquisa 20 mulheres (IMC: 40 e 50 kg/m2; idade de 20 a 45 anos). As variáveis do estudo foram coletada nos momentos pré, 6 e 12 meses pós-cirurgia. O GET, massa livre de gordura (MLG) e massa gorda (MG) foram mensurados pela técnica da água duplamente marcada. O nível de atividade física (NAF) e o gasto de energia em atividade física (GEAF) foram obtidos por meio acelerômetro. O consumo energético foi obtido por três registros alimentares. Foram selecionadas as seguintes equações preditivas de gasto energético: Harris e Benedict (1819), World Health Organization (WHO-1985), Mifflin–St Jeor et al (1990), De Lorenzo et al (2001), por Müller et al (2004), Henry (Oxford - 2005), Dietary Reference Intake (DRI - 2005) e Lazzer et al (2007). Resultados: A perda ponderal (6 meses: -31 ± 4kg; 12 meses: -38 ± 6kg) teve contribuição de 17% e 16% da perda de MLG nos momentos 6 e 12 meses, respectivamente. O valor da razão MLG/MG passou de 0,93 ± 0,12kg do momento pré-cirurgia para 1,54 ± 0,4kg e 1,98 ± 0,6kg nos momentos 6 e 12 meses pós-operatórios (p<0,05). O GET reduziu 20% (-612 ± 317 kcal.dia-1) aos 6 meses -10% (-447 ± 516 kcal.dia-1) aos 12 meses de cirurgia, em relação ao valor pré-cirúrgico (p<0.05). Quando corrigido pela MLG, o GET/MLG não apresentou diferença significativa ao final do primeiro ano. A partir dos dados de GET mensurado em relação aos valores preditos por equação desenvolvida para estas pacientes, foi evidenciada a termogênese adaptativa (TA) aos 6 meses pós-operatórios em 39% das participantes, enquanto que aos 12 meses, uma melhor eficiência metabólica foi verificada em 50% das pacientes. A análise de regressão sugeriu que, aos 6 meses após a cirurgia, as mudanças GET se explicam pela alteração no GEAF (r2=0,60; p=0,00), porém, não houve associação com as alterações de composição corporal e IE (P>0,05). Aos 12 meses pós-cirurgia, foram destacadas as associações entre alterações do GET com as do peso corporal (r2=0,29; p=0,02), da MG (r2=0,28; p=0,02) e do GEAF (r2=0,49; p=0,00). Quanto à acurácia das fórmulas, as equações de Harris e Benedict (acurácia= 65%; viés= 0%) e DRI (acurácia= 60%; viés= 5%) apresentaram os melhores resultados na predição dos valores de GET, pré-cirurgia. No sexto mês pós-operatório, a maioria das equações apresentou redução na acurácia da predição. Apenas a equação de Harris e Benedict manteve a acurácia de predição do GET acima de 50%. Aos 12 meses pós-cirurgia, as equações que apresentavam baixa acurácia nos períodos anteriores, tiveram um aumento na predição, porém se mantiveram abaixo de 45% de acurácia. Apenas a equação proposta por Lazzer e col. considerando MLG e MG apresentou melhor predição (acurácia= 50%; viés= 9%) neste período. Conclusão: aos seis meses pós-operatórios evidenciou-se uma TA referente às restrições energéticas atribuídas pela cirurgia, no entanto, após um ano da cirurgia, uma maior eficiência metabólica foi associada ao GEAF, provavelmente pelo aumento da razão MLG/MG. Essas alterações do metabolismo energético, ocorridas ao longo de um ano do procedimento cirúrgico, podem explicar a grande variabilidade nos resultados das equações preditivas encontradas neste estudo.