Impacto do índice glicêmico e da qualidade da dieta ingerida nos marcadores inflamatórios associados ao diabetes Mellitus Tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Geraldo, Júnia Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2707
Resumo: Estudos recentes indicam que a inflamação crônica de baixa intensidade está associada à fisiopatologia de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes mellitus do tipo 2 (DM 2). A adoção de padrões dietéticos inadequados parece estar envolvida com o estabelecimento do processo inflamatório, favorecendo a manifestação de doenças crônicas não transmissíveis. Neste sentido, este trabalho objetivou avaliar o efeito do consumo de duas refeições diárias diferindo em índice glicêmico (IG), durante 30 dias consecutivos sobre a composição corporal, os parâmetros bioquímicos e os níveis de marcadores inflamatórios de indivíduos portadores de DM do tipo 2. Além disso, foi avaliada a associação entre o perfil da dieta ingerida por tais diabéticos e os níveis de biomarcadores inflamatórios. Dezoito voluntários, com idade média de 49,4 + 6,1 anos e índice de massa corporal (IMC) de 29,2 + 4,79kg/m2 foram aleatoriamente alocados nos grupos de alto (AIG) ou baixo IG (BIG). Diariamente, os voluntários ingeriram no laboratório duas refeições teste AIG ou BIG. As demais refeições do dia foram consumidas em condições de vida livre, quando os participantes foram orientados a ingerir preferencialmente alimentos que apresentavam IG semelhante ao do grupo em que foram alocados. A ingestão alimentar no período basal e ao término do estudo foi avaliada por meio de registros dietéticos de três dias. A qualidade global da dieta foi avaliada por meio do índice de qualidade da dieta (IQD), adaptado do Healthy Eating Index. A avaliação antropométrica (peso, altura, IMC, circunferência da cintura e do quadril), do percentual de gordura corporal e bioquímica (concentração de glicose, insulina, colesterol total e HDL, ácidos graxos livres, triglicerídeos, frutosamina, ácido úrico, interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral alfa (TNF- alfa), adiponectina de alto peso molecular, fibrinogênio e proteína C reativa ultra sensível (PCR-US) foram realizadas antes e após a intervenção. Não foram constatadas alterações no peso e composição corporal de ambos os grupos. Entretanto, observou-se que os indivíduos do grupo BIG apresentaram tendência (p=0,051) à redução do percentual de gordura corporal. Ao final do estudo verificou- se o aumento das concentrações séricas de frutosamina (p=0,028) e de ácidos graxos livres (p=0,03) no grupo AIG. A expressão de IL-6 e TNF-alfa foram maiores ao final do estudo, tanto no grupo AIG quanto no BIG. Os indivíduos do grupo AIG apresentaram níveis significantemente maiores de TNF-alfa (p=0,047), em comparação ao grupo BIG. Quanto às variáveis dietéticas, houve aumento da ingestão de carboidratos no grupo AIG no período pósintervenção (p=0,028). Em ambos grupos, os parâmetros dietéticos avaliados que mais diferiram das recomendações foram calorias, ácidos graxos saturados, colesterol e sacarose. Ao final do estudo, os indivíduos do grupo AIG aumentaram a ingestão das vitaminas A e C. De acordo com os escores de IQD, a dieta ingerida pelos participantes deste estudo apresentou-se inadequada, principalmente com relação ao consumo de Frutas, Verduras/legumes e Leite/produtos lácteos. A adiponectinemia correlacionou-se negativamente com a ingestão calórica. A concentração de PCR-US correlacionou-se inversamente com o consumo de ácido ascórbico e positivamente com a ingestão de lipídios. Os resultados deste estudo sugerem que enquanto a ingestão diária de duas refeições de AIG pode afetar negativamente o perfil metabólico em portadores de DM2, a ingestão de refeições de BIG parece favorecer a redução do percentual de gordura corporal e a atenuação da resposta inflamatória nos indivíduos diabéticos. Constatou-se a necessidade da orientação nutricional a pacientes diabéticos, com a finalidade de adequar sua ingestão alimentar e evitar as complicações do DM. No presente estudo, pressupõe-se que as alterações nos níveis de marcadores inflamatórios possam ter sido minimizadas devido ao elevado conteúdo de micronutrientes antioxidantes fornecidos na dieta AIG.