Análises diagnósticas e terapêuticas de endometrites em vacas puerperais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Nathália do Carmo Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Medicina Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33569
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2025.021
Resumo: As infecções uterinas, particularmente a endometrite, são as patologias reprodutivas mais frequentes em fêmeas bovinas, causando inflamações que podem resultar em impactos econômicos significativos na produção leiteira e afetar o bem-estar do animal. O tratamento dessa infecção envolve o uso de antibióticos, contudo, o uso constante e indiscriminado desses medicamentos pode gerar resistência bacteriana e a incidência de bactérias super-resistentes, o que torna necessário buscar alternativas como o plasma rico em plaquetas (PRP). Desse modo, o objetivo do presente estudo consistiu no tratamento de endometrite clínica, identificadas e classificadas de acordo com Sheldon et al. (2006) e avaliações complementares, como a dos parâmetros físicos do conteúdo intrauterino, avaliações ultrassonográficas, citologia e cultivo microbiológico do fluido uterino obtido por lavado uterino de baixo volume, comparando tratamento somente com antibióticos com tratamentos alternativos, tais como lavado uterino e infusão com PRP, e lavado uterino com solução fisiológica, associada ou não a posterior infusão de antibiótico. Além de isolar e identificar os principais agentes causadores de endometrite puerperal. Os animais foram avaliados a partir dos 21 dias pós-parto, sendo observada a presença de líquido uterino, diâmetro uterino e folicular, e feita a coleta de conteúdo uterino para análises de laboratoriais (citológica e microbiológica). Posteriormente, 33 vacas positivas para endometrite foram selecionadas e distribuídas em quatro grupos de tratamento, sendo o grupo 1 (n=8; PRP): Tratamento com lavado intrauterino com solução fisiológica a 0,9 % de NaCl com infusão intrauterina com plasma rico em plaquetas; o grupo 2 (n=8; LAV + ATBi): Lavado intrauterino com solução fisiológica associada à infusão uterina de 50 mL de antibiotico Metrifim®; grupo 3 (n=9; LAV): Lavado intrauterino com solução fisiológica; grupo 4 (n=8 ATBi): Antibioticoterapia, JA Saúde Animal, 50 mL de Metrifim® por infusão uterina. No exame microbiológico, as bactérias presentes foram Trueperella pyogenes com 37,5% seguido por Escheria colli beta hemolítica com 9,37%, Pseudomonas aeruginosas com 6,25% e por Escheria colli com 3,12%. Após dez dias de tratamento, a cura macroscópica do fluido uterino foi observada em 87,5% no grupo PRP, 62,5% nos grupos LAV + ATBi e ATBi, e 100% no grupo LAV, totalizando uma taxa de cura geral de 78,79%. Na análise microbiológica, os percentuais de cura foram: 75% para PRP e LAV + ATBi, 66,67% para LAV e 50% para ATBi. Apenas um animal no grupo PRP apresentou persistência de células polimorfonucleares acima do limite considerado (=18%). As taxas de prenhez após a primeira inseminação foram 50% para PRP e LAV + ATBi, 55,55% para LAV e 25% para ATBi. Não houve diferenças significativas na atividade folicular entre as avaliações ultrassonográficas, indicando que os tratamentos não afetaram negativamente a função ovariana. Concluiu-se que o uso de PRP é uma alternativa eficaz no tratamento de endometrite puerperal em vacas, demonstrando resultados semelhantes ou superiores aos tratamentos convencionais com antibióticos. Além disso, a adoção dessa terapia pode contribuir para a redução da resistência bacteriana e o uso indiscriminado de antibióticos, atendendo a demandas por práticas mais sustentáveis na produção animal. Palavras-chave: metrite; tratamento; bovinos.