Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Carolina Araújo dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/27768
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Resumo: |
A triagem nutricional possibilita a identificação do risco nutricional e é uma importante etapa na prevenção da desnutrição hospitalar. Em pediatria, esta prática é dificultada pela escassez de métodos e de evidências científicas que respaldem a implementação de propostas internacionais na população brasileira. O objetivo deste estudo foi avaliar a validade e a reprodutibilidade do StrongKids como ferramenta de triagem nutricional em pacientes pediátricos no Brasil. O estudo foi realizado com crianças e adolescentes admitidos na pediatria de um hospital público de Viçosa, Minas Gerais, no período de 2014 a 2018. Os procedimentos adotados incluíram: triagem nutricional pelo StrongKids, coleta de dados sociodemográficos, clínicos, bioquímicos e avaliação antropométrica. A validade de critério concorrente foi determinada pela avaliação da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo do StrongKids para detectar a presença de desnutrição aguda, crônica e geral. A validade de critério preditiva foi verificada pelo cálculo dos mesmos índices para identificar maior tempo de hospitalização, necessidade de terapia nutricional, reinternação em até 30 dias após a alta hospitalar, transferência para hospitais de maior complexidade e óbito. Para a avaliação da reprodutibilidade inter-avaliador, o StrongKids foi reaplicado em uma sub-amostra. Foi investigada, ainda, a associação entre o risco nutricional e alterações bioquímicas (anemia, leucocitose e proteína C reativa elevada). O impacto do risco nutricional no tempo até a alta foi avaliado por análise de sobrevida, e o efeito independente desse risco sobre o maior tempo de internação foi verificado por meio de regressão de Cox, com estimativa da Hazard Ratio (HR). Foram avaliados 641 pacientes, sendo 15,6% classificados como baixo risco (BR), 63,7% médio risco (MR) e 20,7% alto risco (AR) nutricional. O StrongKids identificou todos aqueles com desnutrição aguda e apresentou sensibilidade de 89,4% e 94,0% para a detecção de desnutrição crônica e geral, respectivamente. Em relação à capacidade preditiva, 100% dos pacientes submetidos à terapia nutricional, transferidos, que evoluíram para óbito ou que reinternaram em até 30 dias após a alta hospitalar foram considerados como em risco nutricional; e uma sensibilidade de 89,2% foi identificada para aqueles com maior tempo de hospitalização (Odds ratio: 1,9). Na análise de reprodutibilidade (n=31), a concordância entre os avaliadores foi excelente (PABAK: 0,87) assim como o kappa ponderado (kp: 0,84) e o Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI: 0,86). O StrongKids associou-se a todos os parâmetros bioquímicos avaliados, com melhor desempenho comparado à antropometria. As curvas de sobrevida diferiram significativamente segundo as categorias de risco nutricional, sendo o tempo até a alta maior nas categorias de maior risco. Os pacientes em risco nutricional (MR/AR) apresentaram probabilidade de alta 30% menor (HR=0,7) em comparação àqueles em BR. Em conclusão, o StrongKids apresentou reprodutibilidade excelente e validade satisfatória para identificar déficits nutricionais e predizer desfechos desfavoráveis em saúde, além de se associar com parâmetros bioquímicos de interesse e exercer impacto significativo na permanência hospitalar. Os resultados apontam para a viabilidade do seu uso como método de triagem de risco nutricional em pediatria no Brasil. Palavras-chave: Triagem nutricional. Avaliação Nutricional. Desnutrição. Pediatria. |