Exportação concluída — 

Migração interestadual e formação de capital humano no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pais, Paloma Santana Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6828
Resumo: Por ser um país de dimensões continentais, os fluxos migratórios sempre estiveram presentes na história do Brasil. Essa mobilidade, normalmente relacionada ao contexto econômico e social predominante em cada época, tem impactos sobre a acumulação de capital humano nas diferentes áreas, com efeitos sobre as atividades inovadoras, o consumo, o mercado de trabalho, dentre outros. Contudo, as pesquisas sobre a relação entre o capital humano e a migração são escassas no país, devido ao predomínio histórico da mobilidade de pessoas com baixos níveis de escolaridade, sobretudo até o final da década de 1970. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a migração e o nível de qualificação do migrante, identificando como esta pode afetar o nível de capital humano no local de origem deste indivíduo, no período de 2001 a 2013, utilizando para isso os dados da PNAD disponíveis para esses anos. De maneira complementar, analisa-se o perfil do migrante e os determinantes da mobilidade deste indivíduo no país. Para isso, foram empregados dois modelos analíticos: o primeiro é o método de Hausman e Taylor, utilizado para investigar os determinantes da migração de pessoas com diferentes níveis de qualificação; o segundo refere-se ao método system GMM de Arellano e Bover/Blundel e Bond, o qual é empregado na análise do impacto da migração sobre a acumulação de capital humano no local de origem deste indivíduo. O perfil do migrante é investigado a partir da análise de estatísticas descritivas. Os resultados obtidos indicam que cerca de 85% dos migrantes ainda possuem escolaridade baixa e intermediária, sendo que os indivíduos com alta qualificação diferem dos demais, sobretudo, com relação ao local de origem dos mesmos, e sobre a renda e a posição que estes ocupam no mercado de trabalho. Quanto aos determinantes da migração, tem-se que aqueles que possuem baixa qualificação migram orientados pelas características do destino, enquanto os demais indivíduos tomam as suas decisões baseadas principalmente nas condições existentes no local de origem. Por fim, no que diz respeito ao impacto da migração sobre a formação de capital humano no local de origem do migrante, tem-se que a emigração de pessoas viii altamente qualificadas estimula o crescimento da frequência escolar na quinta série do Ensino Fundamental e no primeiro ano do Ensino Médio, mas não tem efeitos sobre o aumento da frequência no primeiro ano Ensino Superior, a qual é negativamente impactada pela emigração de pessoas com baixos níveis de qualificação. Dessa forma, verifica-se que a hipótese do brain gain observada no contexto internacional não se aplica ao contexto de migração interna, uma vez que a migração de pessoas com altos níveis de qualificação não incentiva os indivíduos que permaneceram no estado de origem a ampliarem os níveis de escolaridade, inserindo-se no Ensino Superior.