Efeito do cultivar de soja resistente a insetos IAC 100 no desenvolvimento do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) no campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Cordeiro, Jorge Chaves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10291
Resumo: O efeito dos cultivares de soja resistente IAC 100 e susceptível UFV 16 a percevejos foi avaliado no desenvolvimento ninfal, nas características reprodutivas e nos parâmetros das tabelas de esperança de vida e de fertilidade do percevejo predador Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae). O experimento foi conduzido em plantas de soja desses cultivares em área próxima ao Insetário do Departamento de Biologia Animal, da Universidade Federal de Viçosa, com os seguintes tratamentos: T1 - P. nigrispinus alimentado com pupas de Tenebrio molitor (L.) (Coleoptera: Tenebrionidae) (controle), T2 – P. nigrispinus alimentado com pupas de T. molitor e plantas do cultivar de soja resistente a insetos IAC 100 e T3 – P. nigrispinus alimentado com pupas de T. molitor e plantas do cultivar de soja susceptível a insetos UFV 16. A duração do II, III e IV estádios de P. nigrispinus foi semelhante entre tratamentos, mas a duração do V estádio e da fase ninfal foi menor com o cultivar UFV 16. A viabilidade ninfal de P. nigripinus foi semelhante entre tratamentos. O peso de ninfas de III e V estádios e de machos e de fêmeas recém emergidos foi semelhante entre tratamentos, mas ninfas do IV estádio foram mais pesadas com plantas de soja que, apenas, com pupas de T. molitor. A longevidade, período de pré-oviposição, oviposição, pós-oviposição, número de posturas por fêmea, intervalo entre posturas, número de ovos por postura e de ninfas por fêmea de P. nigrispinus foram semelhantes entre tratamentos. O número de ovos por fêmea mostrou efeito deletério do cultivar resistente a insetos IAC 100 sobre fêmeas de P. nigrispinus, mas a taxa de eclosão de ninfas desse predador foi maior nesse cultivar. A produção de descendentes de P. nigrispinus variou entre tratamentos, com taxa bruta (TBR) e líquida (Ro) de reprodução de 107,6 (T1), 95,5 (T2) e 112,2 (T3) e de 39,6 (T1), 31,6 (T2) e 36,6 (T3) fêmeas/fêmea, respectivamente; duração de uma geração (DG) de 73,78 (T1), 71,29 (T2) e 74,79 (T3) dias; tempo necessário para a população do predador dobrar em número de indivíduos (TD) de 13,90 (T1), 14,32 (T2) e 14,40 (T3) dias; razão infinitesimal de aumento (rm) de 0,050 (T1), 0,048 (T2) e 0,048 (T3); razão finita de aumento (λ) de 1,051 (T1), 1,050 (T2) e 1,049 (T3) fêmeas/fêmea adicionadas à população por dia. Além disso, constatou-se maiores valores de reprodução (VRx) para adultos recém emergidos, com 60,98, 56,80 e 80,27 fêmeas por fêmea nos T1, T2 e T3, respectivamente. O cultivar de soja resistente apresentou efeitos deletérios, somente, na duração do quinto estádio e da fase ninfal de P. nigrispinus, no número de ovos por fêmea desse predador e nos valores das TBR e Ro, mas os resultados para as DG, TD e λ foram melhores com esse cultivar. Isto mostra que o cultivar IAC 100 não apresenta efeitos negativos importantes nas fases ninfal e adulta e na dinâmica populacional de P. nigrispinus. Por isto, este cultivar pode ser usado com o predador P. nigrispinus em programas de manejo integrado de pragas da soja.