Capacidade reprodutiva de Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) com diferentes freqüências de acasalamento e troca de parceiros em plantas de soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Soares, Marcus Alvarenga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Plantas daninhas, Alelopatia, Herbicidas e Resíduos; Fisiologia de culturas; Manejo pós-colheita de
Mestrado em Fitotecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4587
Resumo: A soja, Glycine max (L.) Merrill é a cultura de exportação mais importante para países como os Estados Unidos, Argentina e o Brasil. Seu cultivo em extensas monoculturas aumenta o risco de pragas como lagartas desfolhadoras e o controle biológico com predadores representa uma ferramenta importante no manejo integrado das mesmas. Os predadores Pentatomidae apresentam Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) como sua espécie mais estudada. Objetivou-se estudar as características reprodutivas, os parâmetros das tabelas de fertilidade e esperança de vida e as mudanças morfológicas da espermateca de P. nigrispinus com diferentes freqüências de acasalamento e troca de parceiros em plantas de soja do cultivar Conquista. Os tratamentos foram: T1- um período de acasalamento- casais de P. nigrispinus mantidos por cinco dias e separados definitivamente; T2- rodízio de machos- casais mantidos por cinco dias e feito um rodízio dos mesmos entre as parcelas, de forma aleatória, durante todo o ciclo; T3- períodos intermitentes de acasalamentomachos de P. nigrispinus juntos com as fêmeas por cinco dias e afastados por dez dias durante todo o ciclo; T4- contato contínuo- machos e fêmeas de P. nigrispinus juntos durante todo o ciclo. Os casais de P. nigrispinus receberam água, diariamente, e quatro pupas de T. molitor duas vezes por semana. O número de ovos por fêmea de P. nigrispinus foi semelhante entre tratamentos, com 520,81 ± 77,33, 509,00 ± 61,10, 615,81 ± 90,54 e 496,87 ± 35,37 ovos nos T1, T2, T3 e T4, respectivamente, mas o de ninfas foi menor no T1, com 256,12 ± 54,58. A sobrevivência de fêmeas de P. nigrispinus foi menor nos tratamentos T2 e T4 e a taxa líquida de reprodução (Ro) menor no T1, com 115,34 ± 15,65 fêmeas produzidas por fêmea. Os demais tratamentos tiveram valores semelhantes de Ro com 184,86 ± 23,04, 209,27 ± 28,91 e 182,03 ± 27,01 fêmeas produzidas, respectivamente nos T2, T3 e T4. A taxa intrínseca de crescimento (rm) e a razão finita de aumento (λ) foram menores no tratamento T1 e os valores reprodutivos máximos (VRx) de P. nigrispinus foram de 40,44, 32,76, 48,09 e 35,14 fêmeas por fêmea nos tratamentos T1, T2, T3 e T4 respectivamente. Um único período de acasalamento não foi suficiente para manter a viabilidade dos ovos de P. nigrispinus. Os menores valores das Ro, rm e λ no T1 reforçam o fato de fêmeas desse predador não manterem sua fertilidade, apenas, com um período de acasalamento. A espermateca de fêmeas de P. nigrispinus não possui volume para armazenar espermatozóides suficientes para todo o ciclo de vida desse inimigo natural com, apenas, um período de acasalamento. Logo após o acasalamento, a espermateca apresenta-se arredondada e com grande quantidade de espermatozóides e secreções em seu interior. No entanto, ao longo do tempo esse órgão torna-se alongado e vazio, com dobras em sua epiderme, pela depleção dos espermatozóides. Os períodos entre acasalamentos são benéficos, para manterem o número e a viabilidade de ovos e aumentar a sobrevivência das fêmeas de P. nigrispinus. Os maiores picos de fertilidade específica (mx) e do valor reprodutivo (VRx) no T3 que nos T2 e T4 mostram que o acasalamento, seguido por períodos de ausência do macho, estimula a fertilidade de P. nigrispinus.