Compatibilidade do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) com gossipol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Evangelista Júnior, Walter Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/913
Resumo: Percevejos como Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) podem, ocasionalmente, alimentarem-se de plantas. Esse comportamento é importante para a sobrevivência desses predadores em situações de escassez de presas. A adição de plantas à dieta tem aumentado o desempenho de P. nigrispinus, por fornecer água e, possivelmente, nutrientes a esse predador. Podisus nigrispinus pode ser beneficiado ou não pela fitofagia no agroecossistema algodoeiro dependendo da variedade cultivada. Assim, estudou-se o efeito de plantas de algodoeiro Gossypium hirsutum L r. latifolium Hutch. (Malvaceae) variedade XG 15 com alto teor de gossipol na biologia de P. nigrispinus com os experimentos: (i) efeito das plantas no ciclo biológico desse predador com disponibilidade diária de presas, colocando-se seus ovos em plantas e suas fêmeas até a morte; (ii) efeito das plantas nos parâmetros da tabela de vida de fertilidade de P. nigrispinus, e (iii) efeito de concentrações do gossipol, via dieta líquida, no desenvolvimento e reprodução de P. nigrispinus. A duração dos segundo, terceiro e quarto estádios, da fase ninfal, o peso de adultos, a longevidade e os parâmetros reprodutivos de P. nigrispinus foram semelhantes com plantas de algodoeiro com ou sem gossipol. A sobrevivência ninfal desse predador foi semelhante entre tratamentos, com valores acima de 90%. O tempo médio de geração (TG) e aquele para a população de P. nigrispinus dobrar em número de indivíduos (TD) foram maiores para fêmeas desse predador, apenas, com presas, mas semelhante entre as plantas de algodoeiro com ou sem gossipol. A fertilidade específica (mx) de P. nigrispinus foi maior aos 28 dias de idade (semana sete) em todos os tratamentos. Fêmeas de P. nigrispinus viveram até 14 semanas em plantas de algodoeiro com gossipol e no controle, enquanto aquelas em plantas sem gossipol viveram até 13 semanas. P. nigrispinus teve valor reprodutivo máximo (VRx) na terceira e quarta semanas após a emergência dos adultos em todos os tratamentos. A duração da fase ninfal de P. nigrispinus foi alongada com o aumento da concentração do gossipol, mas a sobrevivência desta fase não foi afetada. O período de pré-oviposição não foi afetado pelo gossipol. O aumento da concentração do extrato reduziu o número e a viabilidade de ovos de P. nigrispinus. O extrato de gossipol, apenas, na fase ninfal não afetou o período de pré-oviposição, número e viabilidade de ovos de P. nigrispinus. As curvas de sobrevivência de fêmeas desse predador, expostas às concentrações do extrato de gossipol durante a fase ninfal, foram semelhantes, mas as que receberam a maior concentração do extrato, apenas, na fase adulta viveram por mais tempo. Plantas de algodoeiro com alto teor de gossipol não afetam o desenvolvimento, reprodução e o crescimento populacional de P. nigrispinus, o que possibilita o uso dessas plantas de forma sinérgica com o controle biológico por esse predador na cultura do algodoeiro.