Sustentabilidade socioeconômica e ambiental de sistemas de uso da terra da Agricultura Familiar no Estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Jair Carvalho dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Doutorado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Sur
SUR
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/107
Resumo: O desmatamento da Floresta Amazônica tem como principais conseqüências negativas a emissão de gases de efeito estufa e a perda de parte da biodiversidade. A principal causa desse desmatamento tem sido a expansão da agropecuária na Amazônia, e particularmente no estado do Acre, que, por sua vez, não tem sido acompanhada de melhorias marcantes e generalizadas nas condições de vida das famílias rurais. Os sistemas de uso da terra condicionam os desmatamentos nas propriedades e o nível de renda das famílias produtoras. O objetivo deste estudo foi avaliar a sustentabilidade socioeconômica e ambiental de sistemas tradicionais e alternativos de uso da terra e os determinantes de adoção desses sistemas e de desmatamento em pólos de produção agropecuária familiar no Estado do Acre. Foram utilizadas a Análise de Custo-Benefício, a Técnica Monte Carlo de Simulação, os modelos econométricos SUR e Logit Multinomial e estimadas demandas por desmatamento relacionadas aos sistemas de uso da terra. Foram considerados os sistemas agrícolas de ciclo curto, de ciclo médio e de ciclo longo, sistema pecuário leiteiro e sistema floresta remanescente. As regiões de estudo foram os quatro principais pólos de produção agropecuária do Estado. Os principais resultados mostram que: (a) os sistemas tradicionais não são praticados em bases ambientais sustentáveis, mas são superiores aos sistemas tecnificados, em termos socioeconômicos; (b) sistemas agrícolas de ciclo médio e ciclo longo e sistema pecuário de leite tornam-se sustentáveis quando subvencionados, visando o uso de fertilizantes e corretivos em substituição à biomassa florestal como fonte de nutrientes; (c) sistema de ciclo curto, com base na produção de farinha de mandioca, não se torna sustentável apenas com subvenção a fertilizantes e corretivos, havendo necessidade de subvenção a outros itens de custos ou receitas, pela importância social da atividade na Região de Estudo; (d) crédito agrícola, região de origem dos agricultores, riqueza ou renda das famílias e contratação de mão-de-obra são os fatores mais determinantes da adoção dos diferentes tipos de sistema; (e) disponibilidade de mão-de-obra familiar, acesso a crédito, maior patrimônio, contratação de trabalho e titulação definitiva dos lotes de terra são fatores causais de maior desmatamento nas pequenas propriedades no Acre; (f) a hipótese pobreza-desmatamento, que relaciona maior renda ou riqueza com maior preservação das matas nativas, foi rejeitada; e (g) sistemas tecnificados que apresentam componentes culturais exigentes em nutrientes tendem a demandar maiores subvenções e custos para a sociedade, quando concebidos como alternativa aos modelos tradicionais, que utilizam área de mata primária.