Sorrir ou chorar? A patemização na telenovela brasileira, um estudo de O Astro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rosado, Leonardo Coelho Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4873
Resumo: O presente trabalho objetiva descrever e analisar as estratégias de patemização em um plot, isto é, em uma trajetória de ação narrativa, na telenovela O Astro, a partir de 10 sequências audiovisuais que representem este plot. A novela foi exibida pela Rede Globo em duas épocas distintas, sendo a primeira entre 6 de dezembro de 1977 a 8 de julho de 1978, e a segunda entre 12 de julho a 28 de outubro de 2011 no horário das 23 horas, constituindo esta última versão um remake da primeira. Para essa pesquisa, selecionamos a segunda versão, uma vez que a coleta de dados foi realizada diretamente da televisão por meio de um hardware e software adequados para gravações desse tipo. No âmbito desse trabalho, a patemização é compreendida, de forma geral, como uma categoria discursiva de estudo das emoções, isto é, a patemização constitui, para nós, um efeito discursivo, uma vez que a Análise do Discurso tem por objeto a linguagem enquanto produtora de efeitos de sentido em uma relação de troca. A pesquisa foi realizada a partir do arcabouço teórico-metodológico da Teoria Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, conjugada ao conceito de pathos, advindo da Retórica. Para a análise da patemização, procuramos decompor o nosso corpus nos modos de organização do discurso enunciativo e descritivo, bem como estratificamos as substâncias linguageiras no estrato verbal e visual-fílmico, seguindo a proposta de Melo (2003) e de Charaudeau (1995). Os nossos resultados evidenciaram que, do ponto de vista do estrato verbal, a patemização se dá a partir de duas estratégias recorrentes: a descrição dos estados emocionais experimentados pelas personagens e a qualificação atribuída a certas personagens. Já do ponto de vista do estrato visual-fílmico, os signos visuais auxiliam a engendrar efeitos patêmicos no discurso. O que observamos é que não existe uma categoria visual-fílmica mais patêmica do que outra, mas sim que há categorias potencialmente patêmicas na medida em que elas possibilitam um maior acesso aos estados emocionais vivenciados pelas personagens. Além do mais, observamos que a patemização, em nosso corpus, ocorre em função daquilo que é encenado no âmbito da história, ou seja, dos processos narrativos que configuram a história, já que tais processos estão atrelados a imaginários sociodiscursivos patêmicos. Como estratégia discursiva, a patemização toca o plano da captação: a instância midiática deseja emocionar o telespectador com o intuito de mantê-lo cativo durante a exibição da telenovela. Em outras palavras, a instância midiática deseja suscitar emoções no destinatário de forma a se criar uma espécie de vinculo com a telenovela e, com isso, garantir a audiência. Portanto, captar, por meio da emoção, também está ligado à lógica econômica em que a telenovela está vinculada.