Prevalência da insuficiência e deficiência de vitamina D e fatores associados em crianças pré-púberes de Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Milagres, Luana Cupertino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21191
Resumo: A insuficiência/deficiência de vitamina D tem sido apresentada por uma significativa parcela da população mundial sendo considerada um problema de saúde pública. Apesar do Brasil ser um país de clima tropical, estudos encontraram altas prevalências de inadequação de Vitamina D na população. Esta deficiência pode estar associada ao desenvolvimento de fatores de risco cardiometabólicos tais como obesidade, intolerância à glicose, hipertensão arterial e dislipidemias. A investigação da vitamina D com esses fatores de risco é pouco estudada na população infantil, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Neste sentido, este estudo objetivou avaliar a prevalência de insuficiência/deficiência de vitamina D e fatores ambientais, demográficos e cardiometabólicos associados em crianças associados em crianças pré-púberes de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo transversal realizado com 268 crianças de 8 e 9 anos matriculadas em todas as escolas públicas urbanas de Viçosa, MG. Foram coletadas informações socioeconômicas e demográficas pela aplicação de um questionário semiestruturado. Avaliou-se a ingestão alimentar (três recordatórios de 24 horas), a antropometria (peso, altura, perímetro da cintura e do pescoço, índice de massa corporal e relação cintura/estatura), composição corporal (gordura corporal), a prática de atividade física, pressão arterial e exames bioquímicos (25(OH)D, paratormônio, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicose e insulina). A regressão de Poisson com variâncias robustas foi realizada para estimar a associação entre as variáveis e a insuficiência/deficiência de vitamina D. Mais da metade das crianças avaliadas (57,9%) apresentou insuficiência/deficiência dos níveis séricos de vitamina D. As prevalências de deficiência e insuficiência de vitamina D foram de 12,3% e 45,6%, respectivamente. A média da concentração sérica de vitamina D nas crianças foi de 29,5 ng/ml, sendo classificada como insuficiente. Observou-se altas prevalências de fatores de risco cardiometabólicos nas crianças tais como obesidade (15,7%), sobrepeso (15,3%), adiposidade corporal (32,8%) e abdominal excessivas (9,7%), resistência à insulina (3,0%), RCE (16,8%) e PP (17,5%) elevados, hipercolesterolemia (47,8%), baixo HDL-c (32,1%), alto LDL-c (25%) e hipertrigliceridemia (15,3%). A média de ingestão de vitamina D foi 1,66 μg/d e nenhuma criança atingiu sua recomendação de ingestão. O comportamento sedentário e a falta da exposição solar foram fatores associados aos menores níveis de vitamina D, ao contrário da ingestão alimentar. Além disso, a prevalência de insuficiência/deficiência de vitamina D foi maior no inverno (RP: 1,55; IC95%: 1,15-2,09), nas crianças de raça negra (RP: 1,33; IC95%: 1,04-1,72), com excesso de gordura corporal (RP: 1,30; IC95%: 1,06-1,60) e com resistência à insulina (RP: 1,46; IC95%: 1,03-2,06). Conclui-se que o estilo de vida atual das crianças, com baixa ingestão de vitamina D e com poucas atividades ao ar livre, podem explicar a alta prevalência da insuficiência/deficiência da vitamina D. O estímulo das crianças a comportamentos mais saudáveis tais como realização de brincadeiras e esportes ao ar livre, em horários adequados de exposição solar, deve ser realizado por pais, professores e profissionais da saúde. É importante a avaliação da deficiência de vitamina D em crianças, mesmo em país de clima tropical como o Brasil, além de suas relações com fatores de risco modificáveis como excesso de gordura corporal e resistência à insulina na infância.