Prevalência e fatores associados à anemia e deficiência de vitamina B12 em idosos de Viçosa-MG
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2795 |
Resumo: | A anemia nos idosos demonstra ser o problema hematológico mais comum encontrado, enquanto a deficiência de vitamina B12, micronutriente essencial na dieta dessa população, está relacionada ao aparecimento de um comprometimento cognitivo. Essas condições podem favorecer um quadro característico: aumento na morbimortalidade dessa população. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a prevalência e os fatores associados à anemia e à deficiência de vitamina B12 em idosos do município de Viçosa-MG. Realizou-se um estudo observacional, transversal, conduzido no período de junho a dezembro de 2009, com uma amostra aleatória simples de 621 idosos, dos quais 349 (56,12%) concordaram em se submeter ao exame hematológico e bioquímico, representando a amostra constituinte deste trabalho. O cálculo do tamanho amostral considerou um nível de 95% de confiança, prevalências estimadas de 50% e erro tolerado de 4%. Assim, a amostra seria de 558 idosos, à qual se acrescentou 20% para cobrir possíveis perdas, totalizando 670 pessoas a serem estudadas. Ocorreram perdas de informação por recusa (3,6%) e por motivos inevitáveis para a realização das entrevistas (3,7%). Consideraram-se perdas inevitáveis as situações em que foram sorteados indivíduos que haviam falecido (1,3%), endereços não localizados (1,2%), aqueles que se mudaram para residências de difícil localização e para outros municípios (1,2%). As informações foram obtidas usando-se um questionário semiestruturado com a maioria das perguntas fechadas e pré-codificadas. As variáveis dependentes analisadas foram anemia, com mensuração dos níveis de hemoglobina plasmática para o sexo feminino <12 g Hb/dL e para o sexo masculino <13 g Hb/dL e níveis plasmáticos de vitamina B12, considerado como deficiência os níveis abaixo de 140pmol/L. As variáveis independentes analisadas foram: a) características sociodemográficas: sexo, idade, escolaridade e renda; b) Indicadores das condições de saúde e uso dos serviços de saúde: histórias de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias, depressão, doença renal, infarto agudo do miocárdio e doenças cardiovasculares; número de doenças autorreferidas, capacidade funcional, avaliação cognitiva através do Mini Exame do Estado Mental, percepção da própria saúde, estado nutricional, alteração da ingestão alimentar nos últimos três meses, número de medicamentos consumidos, número de consultas médicas no últimos 12 meses anteriores à entrevista, posse de plano privado de saúde, e internações hospitalares no último ano. Foi utilizado o software EpiInfo versão 6.04 para o armazenamento dos dados e para análise destes foi utilizado o software Stata versão 9.0. A normalidade da distribuição das variáveis quantitativas foi avaliada usando-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Análise descritiva das variáveis foi apresentada por meio de medidas de tendência central e de variabilidade adequadas, bem como distribuição de frequências. A associação entre as variáveis independentes categóricas e a presença de anemia e deficiência de vitamina B12 foram estimadas na análise bivariada pelo teste qui-quadrado de Pearson (χ2). O nível de significância adotado em todas as comparações foi de α = 5%. Para a análise de regressão, utilizou-se Poisson com variância robusta a fim de se obter estimativas das razões de prevalência de anemia e deficiência de vitamina B12 e os respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). Foram realizadas análises bivariadas entre as variáveis dependente e independentes, obtendo-se como medida de efeito as razões de prevalência (RP) por meio da regressão de Poisson. Foram incorporadas na análise multivariada as variáveis com valor de p<0,25 e mantidas no modelo final aquelas com p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (protocolo no 027/2008). Dentre os 349 idosos incluídos no estudo, havia equivalência na proporção de homens e mulheres, sendo que as últimas representavam 49,9%. A média da idade foi de 69,55 anos (dp = 7,51 anos) com predomínio da faixa etária de 60 a 69 anos (57,31%). Encontrou-se prevalência de anemia de 11,7% (IC95% 8,3%-15,1%) no grupo de idosos estudados e níveis médios de hemoglobina de 13,74 g/dL. Verificou-se associação entre anemia e sexo masculino, idade avançada e polifarmácia. Com relação aos níveis séricos de vitamina B12, foi encontrado média de 242,43 pg/mL (dp = 109,13 pg/mL). A prevalência de deficiência de vitamina B12 foi de 17,4% (IC95% 13,4%-21,4%). O comprometimento cognitivo mostrou-se importante variável relacionada à deficiência de vitamina B12 elucidando a associação entre os níveis de vitamina B12 e indicadores das condições de saúde. |