Efeitos do consumo de amendoim na homeostase glicêmica e na ingestão alimentar em mulheres com predisposição ao diabetes mellitus
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2768 |
Resumo: | A prevalência da obesidade e da diabetes mellitus tipo 2 vem crescendo em todo mundo. Sabe-se que a prevenção e o tratamento desses agravos se dão pela adoção de um tratamento interdisciplinar, incluindo o acompanhamento dietético. Resultados de estudos clínicos e epidemiológicos têm apontado um possível efeito benéfico do consumo de amendoim, no controle da glicemia, do apetite e da ingestão alimentar. O presente estudo tem por objetivo investigar o efeito do consumo de amendoim (grão cru e pasta) na homeostase glicêmica (glicose, insulina, ácidos graxos livres e GLP-1), no controle hormonal do apetite (CCK e PYY), na percepção subjetiva do apetite e na ingestão alimentar em mulheres obesas com elevado risco de desenvolvimento da diabetes mellitus tipo 2. Trata-se de um ensaio clínico randomizado cruzado, em que 15 mulheres participaram de 3 etapas experimentais: ingestão de um Desjejum controle (DC), desjejum com adição de amendoim em grão (DAG), desjejum com adição de amendoim em pasta (DAP). Foi servido um almoço padrão 240 minutos após o desjejum. Nos tempos 10, 15, 45, 60, 90, 120, 180, 240, 265, 295, 310, 340, 370, 430 e 490 minutos após o desjejum foram realizadas coletas de sangue para avaliação da homeostase glicêmica (glicose, insulina, GLP-1 e AGL) e da percepção subjetiva do apetite. Já nos tempos -10 a 240 foram feitas coletas adicionais para a determinação dos níveis de incretinas (CCK e PYY). Os escores de palatabilidade foram avaliados imediatamente após a ingestão do desjejum e do almoço. Foi utilizada a análise de variância de medidas repetidas com teste post hoc de Tukey para examinar o efeito dos tratamentos sobre a homeostase glicêmica, níveis de incretinas e apetite. Para comparar os escores de palatabilidade e as áreas abaixo (AAC) e acima (AacC) da curva dos resultados das avaliações bioquímicas, apetite e ingestão alimentar foi aplicado o teste de análise de variância com teste post hoc de Tukey. As análises foram realizadas utilizando-se o programa SigmaPlot, versão 11.0 (Systat Software Inc, EUA®), adotando como critério de significância estatística p<0,05. Participaram do estudo 15 voluntárias com idade média de 35,33 ± 8,61 anos, índice de massa corporal de 32,36 ± 1,25 kg/m², com porcentagem de gordura corporal de 36,74 ± 3,56%, normopressóricas, com glicemia capilar de jejum de 89,93 ± 8,85 mg/dL e HOMA-IR de 2,79 ± 1,43. Foi observada que a AAC de resposta glicêmica (4 8h) após a ingestão do desjejum DAP foi menor (p=0,038) que o DC. Foram constatados níveis insulinêmicos maiores para o grupo DAP em relação ao grupo DC nos tempos 180 (p=0,022), 240 (p=0,024) e 370 minutos (p=0,016). A média da AAcC do AGL (0 4h) para o grupo DAP foi menor do que o DC (p=0,022). Os valores da AAC do PYY dos grupos DAG e DAP apresentaram-se superiores (p=0,006) ao grupo DC e os níveis de PYY do grupo DAP aos 180 minutos (p=0,032) e do grupo DAG aos 240 minutos (p=0,039) foram superiores ao do grupo DC. Os valores da AAC do GLP-1 (0 8h) dos grupos DAG e DAP foram mais de 100% superiores ao grupo DC, e a AAC e a AAC de CCK (0 4h) para o grupo DAG foi cerca de 300% superior ao grupo DAP e DC. Observou-se, que a ingestão habitual de lipídios e do grupo DAG foram superiores à do grupo DC (p=0,003). Verificou-se, que o grupo DC apresentou aos 610 minutos saciedade superior comparado aos grupos DAG (p=0,003) e DAP (p=0,024). Depois que as voluntárias deixaram o laboratório, constatou-se que o grupo DAP apresentou menor (p=0,046) escore para a variável desejo de se alimentar comparado ao grupo DC. Verificou-se que o DAP foi avaliado como mais saboroso que o DAG (p=0,03) e o DC (p=0,045). O grau de processamento do grão afeta a bioacessibilidade dos lipídios presentes no amendoim, que por sua vez exerce efeito regulatório na glicemia pósprandial, secreção de incretinas e escores de apetite, sendo um possível responsável pelos benefícios apresentados. Esses resultados demonstram a importância de mais estudo clínicos prospectivos que venham a avaliar o efeito do consumo crônico de amendoim (grão cru e pasta) na homeostase glicêmica, apetite e ingestão alimentar em diversas populações, avaliando seu impacto na prevenção e tratamento da diabetes mellitus tipo 2 e obesidade. |