Metabólitos de Clonostachys rosea inibidores a Botrytis cinerea, sobrevivência do antagonista e efeito sobre o microbioma foliar de tomateiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borel, Filipe Constantino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21853
Resumo: Clonostachys rosea é eficaz no biocontrole de várias doenças fúngicas. Ao longo dos anos, constatou-se a eficiência de isolados obtidos no Brasil no biocontrole do mofo cinzento do tomateiro, causado por Botrytis cinerea. Há evidências de que o isolado NCR61/F produza compostos supressivos ao patógeno, mas desconhecia-se a bioatividade e a natureza desses compostos. Assim, estudou-se a bioatividade de compostos de filtrados e extratos do cultivo de C. rosea em meio líquido a B. cinerea e se caracterizaram os metabólitos secundários produzidos. Filtrados e extratos do crescimento do isolado inibiram o crescimento micelial e a germinação de conídios de B. cinerea. O antagonista produziu 51 metabólitos, como peptaibols, glisopreninas e bissorbicilinoides e alguns inderterminados, principalmente após 10 dias de cultivo. Clonostachys rosea é adaptado a diferentes ecossistemas e pode colonizar tecidos de raízes e folhas, mas a dinâmica de sobrevivência nesses tecidos é pouco compreendida. Estudou-se a sobrevivência do isolado NCR61/F como epífita em folhas, na rizosfera e no rizoplano de tomateiros, até 48 dias após a aplicação. A sobrevivência do antagonista diminuiu ao longo do tempo nas superfícies foliares e radiculares, mas sua população permaneceu estável na rizosfera de tomateiros. Um aspecto fundamental e inédito quanto a aplicações de C. rosea é seu efeito na microbiota de folhas de tomateiro, o que foi, também, estudado. O efeito deletério de C. rosea no microbiota foi de curta duração e transiente. O efeito foi maior nas comunidades epifítica e endofítica de fungos, com maior redução em diversidade e riqueza de comunidades até 3 dias após a aplicação. A abundância de filos e alguns gêneros, como Cladosporium e Alternaria, e Cercospora foi menor nas plantas tratadas com o antagonista que nas não tratadas. Em bactérias epifíticas, houve maiores alterações na diversidade aos 3 e 12 dias, e gêneros como Bacillus, Arthrobacter and Enterobacter foram menos abundantes nos dias iniciais após a aplicação. Ao final das avaliações (24 dias), houve resiliência da microbiota foliar de plantas tratadas com o antagonista e aumento gradual das populações. Em conclusão, constatou-se que C. rosea produz compostos inibitórios a B. cinerea, pode sobreviver em folhas e raízes e rizosfera de tomateiro e altera de forma transitória as comunidades fúngicas e bacterianas da solanácea. As informações aqui geradas são relevantes para compreender os mecanismos de antagonismo de C. rosea NCR61/F, sua capacidade de sobrevivência e o efeito perturbador da sua aplicação no microbiota do tomateiro. O conhecimento gerado é importante para traçar estratégias de uso do antagonista e, até mesmo, para validar o seu uso sustentável como agente de biocontrole.