Sistema de monções tropicais e mudanças de vegetação em períodos interglaciais passados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gurjão, Carlos Diego de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Meteorologia Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29805
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.449
Resumo: Os sistemas de monção e a vegetação dinâmica do Hemisfério Sul foram investigados com base em experimentos climáticos conduzidos pelos modelos acoplados ICTP-CGCM (SPEEDY-NEMO) e CCM3/IBIS para os perı́odos interglaciais Holoceno-Médio (6 mil anos antes do presente - AP), MIS5e (127 mil anos AP), MIS11c (409 mil anos AP) e MIS31 (1,072 milhões de anos AP). A variabilidade interanual e a intensidade dos eventos de monção são analisadas a partir de ı́ndices de vorticidade e processos de interação oceano-atmosfera para monções da África, Austrália e América do Sul. Comparado ao clima atual, as análises de correlação demonstraram fraca influência do Oceano Pacı́fico equatorial na monção de verão austral para o MIS5e, MIS11c e MIS31. Exceção é notada para a monção da América do Sul, onde o Niño 3.4 exerce um papel mais proeminente nesses intervalos distantes, em consonância com o Atlântico tropical em particular durante o MIS5e. Experimentos de sensibilidade indicam, ainda, que as monções são forçadas não apenas por fatores externos, como o efeito dominante da insolação, mas também por anomalias climáticas como a temperatura da superfı́cie do mar (TSM) das bacias equatoriais do Atlântico e do Pacı́fico. Após verificar a influência dos sistemas de monções do Hemisfério Austral, o modelo CCM3/IBIS foi executado a partir de saı́das de TSM climatológicas do Speedy-Nemo. Para os perı́odos Holoceno-Médio, MIS5e e MIS11c, notou-se que as áreas apresentam uma redução significativa da vegetação ombrófila, sendo trocada por extensas áreas de savanas e pastagens, em partes da região sul e central da África, e grande parte da Amazônia. Em outro perı́odo importante, os resultados mostraram que houve mudanças na cobertura vegetal devido à forçante de insolação durante o MIS31 quando comparado a outros interglaciais, mas o impacto foi maior na Austrália e na região central da América do Sul. Por outro lado, o clima tropical austral se tornou mais seco devido as anomalias negativas de TSM, induzidas pelas bacias do Atlântico e do Pacı́fico Tropical, reduzindo assim a precipitação continental. Demonstra-se ainda que a resposta da vegetação ao longo da região tropical do Hemisfério Sul, não está fortemente ligada apenas às variações orbitais, mas modulada pelas mudanças internas da TSM do Atlântico e do Pacı́fico. Ao longo das regiões de estudo, em particular, durante o Holoceno-Médio, MIS5e e MIS11c, a sazonalidade da insolação foi reduzida no Hemisfério Sul, levando ao resfriamento anômalo das bacias oceânicas tropicais, e consequentemente, resultou na migração da zona de precipitação de verão que tem como o principal sistema meteorológico a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para latitudes tropicais do Hemisfério Norte. Portanto, combinado com o aumento das temperaturas continentais de verão em baixas latitudes e um perı́odo prolongado de seca foram suficientes para que o forçamento levasse a uma retração lenta, mas constante das florestas tropicais do Congo e da Amazônia causando um efeito de extrema aridez. Palavras-chave: Vegetação. Temperatura da Superfı́cie do Mar. Modelagem Acoplada. Paleoclima.