Avaliação de sistemas de produção de leite por meio de modelo dinâmico de simulação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cunha, Daniel de Noronha Figueiredo Vieira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1687
Resumo: A Tese foi dividida em quatro capítulos. No Capítulo 1 objetivou-se selecionar funções, que representam matematicamente curvas de lactação, que melhor se ajustem aos dados observados, para serem utilizados em modelos de simulação de sistemas de produção de leite. A base de dados foi construída com a utilização de 6.459 medidas de produção diária de leite por vaca, tomadas a partir de controles leiteiros mensais e quinzenais entre os anos de 2004 e 2007, provenientes de 472 lactações completas de animais de 10 propriedades. As propriedades foram classificadas quanto a produção média de litros de leite por vaca por dia em nível baixo, médio e alto. Os dados foram divididos de acordo com as ordens de lactação, em primeira ordem, segunda ordem e terceira ou maior ordem de lactação. Foram comparados oito funções de curvas de lactação obtidas na literatura. Os avaliadores de ajuste utilizados foram R², QME, QMEP e CBI. Os valores para os avaliadores obtidos em cada modelo foram comparados por meio do intervalo de confiança, considerando-se 95% de probabilidade. Para o grupo de propriedades cuja produção média das vacas foi considerada baixa, o modelo de Wilmink (1987) obteve melhor ajuste para as lactações das primíparas, enquanto que o modelo de Wood (1967) se ajustou melhor as lactações das vacas de segunda e terceira ou maior ordens. O modelo de Wood (1967) apresentou melhores ajustes para todas as ordens de lactação do grupo de propriedades cuja produção das vacas foi considerada média. O modelo de Dijkstra et al. (1997) obteve os melhores em todas as ordens de lactação referentes ao grupo vacas consideradas de alta produção. No Capítulo 2 o objetivo foi desenvolver um programa com interface amigável e de fácil utilização, para cálculo de exigências nutricionais, valor nutricional dos alimentos, avaliação de rações e estimativa de custos com a alimentação de bovinos de rebanhos leiteiros. Objetivou-se também avaliar a confiabilidade dos resultados gerados neste programa comparando-os com algumas estimativas obtidas no programa do NRC versão 2001. O programa ZooCalc 1.0 foi desenvolvido com a utilização da linguagem Visual Basic 6.0, sendo constituído de submodelos de vacas em lactação, vacas secas, novilhas e bezerras, além de um módulo para edição da composição e estimativa das frações digestíveis e concentração energética dos alimentos. O programa ZooCalc 1.0 é um aplicativo que pode ser utilizado para cálculo de exigências nutricionais e avaliação de dietas para bovinos de rebanhos leiteiros. O programa ZooCalc 1.0 e o programa do NRC produzem estimativas iguais para as frações digestíveis e concentração energética dos alimentos avaliados. Os programas estimam valores iguais para ELm, ELl, ELgt e PMgt. Pequenas diferenças são observadas em relação a PMl, devido a erros de aproximação produzidos pelo programa do NRC. Pequenas diferenças também são observadas em relação a PDR, devido a erros que acredita-se que ocorram em função de aproximações. Há pequenas diferenças para as estimativas de PMm, e PNDR, a causa, entretanto, é indeterminada. No Capítulo 3 objetivou-se desenvolver e avaliar um modelo dinâmico de simulação, com componentes estocásticos, para avaliação de sistemas de produção de leite. O modelo de simulação foi desenvolvido com a utilização integrada dos programas STELLA 9.0, ZooCalc 1.0 e planilhas eletrônicas. A estrutura física do rebanho foi dividida em 15 módulos interligados, que representam categorias ou subdivisões de categorias. Para simulação do peso corporal dos animais em crescimento e em lactação, assim como da produção e composição do leite foram utilizados modelos matemáticos obtidos na literatura. Para cálculo de exigências nutricionais e balanceamento das dietas dos animais foram utilizadas planilhas eletrônicas. Após a minimização do custo, cada ração foi avaliada com a utilização do programa ZooCalc 1.0. Para avaliar se o modelo de simulação estaria funcionando de forma coerente com o esperado foram obtidas as respostas médias de alguns indicadores zootécnicos, econômicos e de tamanho a variação da área utilizada para produção de milho para silagem, do intervalo de partos e da idade a primeira inseminação. Para avaliar a capacidade do modelo em gerar valores simulados que se aproximem da realidade foi medido o grau de associação linear entre os valores gerados pelo modelo e observados em situação prática. As análises de sensibilidade demonstraram que os valores produzidos pelo modelo de simulação se comportam de acordo com o esperado, em resposta as variações da área utilizada para produção de milho para silagem, do intervalo de partos e da idade a primeira inseminação. Existe correlação entre os valores gerados pelo modelo de simulação e os observados na prática e o grau de associação linear para as variáveis número total de animais, número total de vacas e número de vacas em lactação pode ser considerado elevado. No Capítulo 4 o objetivo foi comparar, com a utilização do modelo de simulação desenvolvido, o uso de rebanhos das raças Holandesa e Jersey, em um sistema de produção de leite em confinamento, no que diz respeito aos índices de tamanho, zootécnicos e econômicos. Objetivou-se também avaliar a lucratividade da atividade, mediante a utilização diferentes sistemas de bonificação do preço pago pelo leite, pelo porcentual de gordura e proteína. O modelo de simulação utilizado foi o mesmo descrito no Capítulo 3. As comparações foram realizadas, primeiramente, desconsiderando bonificações no preço do leite pelo aumento da concentração de gordura e proteína. Em seguida a lucratividade da atividade foi comparada considerando bonificações de 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e 5,0 % no preço pago pelo leite da raça Jersey, para cada unidade de acréscimo no porcentual de gordura do leite, acima do obtido com a raça Holandesa e bonificações de 2,0, 4,0, 6,0, 8,0 e 10,0% para cada unidade de acréscimo no porcentual de proteína do leite Jersey, acima do obtido com a raça Holandesa. Por fim, a lucratividade da atividade foi comparada utilizando-se o sistema de bonificação por qualidade proposto por Gimenes e Ponchio (2006) e o sistema de bonificação adotado pela empresa A. O tempo de simulação utilizado em cada comparação foi de 10 anos e o rebanho foi considerado estabilizado durante as simulações. Sistemas de produção de leite em confinamento são capazes de manter cerca de 35,9% mais animais da raça Jersey do que da raça Holandesa, devido ao menor consumo de volumosos por animal da raça Jersey. Embora a produção de leite por vaca Jersey corresponda a aproximadamente 69% da produção de leite por vaca Holandesa, a produção anual de leite do sistema utilizando animais da raça Jersey corresponde a 93,8% daquela obtida com animais da raça Holandesa. Quando não há bonificação por porcentual de gordura e proteína do leite, embora com a utilização da raça Jersey a renda bruta da atividade se aproxime daquela obtida com a raça Holandesa (99,2%), o lucro obtido com a raça Holandesa é maior devido aos menores custos de produção, principalmente os relacionados com a utilização de alimentos concentrados. Para que a atividade seja mais lucrativa com a utilização da raça Jersey é necessária bonificação de 5,0% do preço do leite, para cada unidade porcentual de gordura do leite acima daquela obtida com a raça Holandesa, ou bonificação de 10,0% no preço do leite para cada unidade porcentual de proteína do leite acima daquela obtida com a raça Holandesa. Com a utilização do sistema de bonificação proposto por Gimenes e Ponchio (2006) o lucro anual com a raça Jersey é maior do que o obtido com a raça Holandesa. Entretanto, com a aplicação do sistema de bonificação utilizado pela empresa A a raça Holandesa torna-se mais lucrativa que a raça Jersey.