Teores de proteína bruta no concentrado e níveis de suplementação para vacas em lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Pimentel, Joabe Jobson de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1725
Resumo: Para desenvolvimento da tese foram realizados quatro experimentos sendo dois em Viçosa, um em Carlos Chagas e outro em Januária. No primeiro experimento avaliou-se a resposta de 40 vacas meio sangue holandês/zebu, em pastagem de Brachiaria brizantha, a quatro formas de suplementação com concentrados, representadas por: tratamento controle (T01) - 200 gramas de suplemento mineral contendo 10% de fósforo; tratamento 02 (T02) - 2,0 kg de suplemento contendo 50% de proteína bruta (PB); tratamento 03 (T03) - 3,5 kg de suplemento contendo 28,6% de PB e tratamento 04 (T04) - 5,0 kg de suplemento com 20% de PB, num delineamento em blocos casualizados com 10 repetições por tratamento. Os suplementos foram fornecidos em duas porções diárias, após as ordenhas, em baias individuais. Após a suplementação, as 40 vacas eram levadas ao pasto onde permanecia entre as ordenhas. A cada 21 dias pós parto, até os 84 dias, foi feita pesagem de leite e dos animais bem como avaliação de escore corporal. O tratamento T03 possibilitou maior produção de leite em todos os períodos analisados, demonstrando ser a formulação mais ajustada para as condições deste experimento. Avaliando a resposta em produção de leite obtiveram-se os valores de 1,040; 1,200; e 0,630 kg de leite por kg de concentrado, respectivamente, para os tratamentos T02, T03 e T04, em relação ao tratamento controle (T01). Os animais do tratamento T01 tiveram maior perda de peso vivo e de escore corporal, não havendo diferença entre os demais tratamentos. No segundo experimento o objetivo foi avaliar o consumo, a produção e composição do leite e a variação de peso corporal de vacas leiteiras alimentadas com dietas a base de silagem de sorgo suplementada ou não com concentrados. Foram utilizadas nove vacas mestiças Holandês/Gir com grau de sangue variando de 3/4 a 7/8, com peso médio de 500 kg e no terço médio da lactação, distribuídas em três quadrados latinos 3x3 balanceados de acordo com a produção de leite no início do experimento. Os tratamentos consistiram de um controle onde os animais recebiam 200 gramas de suplemento mineral e dois níveis de concentrados, 2,6 e 5,0 kg por dia, contendo 0,0; 38,5 e 20,0% de PB na matéria natural respectivamente. O consumo de matéria seca apresentou diferença estatística, sendo de 11,9; 15,5 e 17,5 kg, respectivamente, para os tratamentos 1, 2 e 3. As produções de leite (8,8; 12,9 e 12,7 kg/vaca/dia) foram maiores para os onde se suplementou com concentrados e estes não diferiram entre si. As respostas produtivas em kg de leite por kg de concentrado foram de 1,67 e 0,83 para o menor e maior nível de suplementação, respectivamente. Vacas leiteiras alimentadas com silagem de sorgo, com produção de leite de até 13 kg/dia fornecem melhor retorno em produção quando são utilizados suplementos com alto nível de proteína e minerais. O fornecimento de 2,6 kg por dia de concentrado com 38,5% de PB e alto teor de minerais é possível manter produção de leite de até 13 kg por dia com vacas tratadas com silagem de sorgo. O terceiro experimento teve como objetivo avaliar os efeitos da quantidade de suplementos na produção e composição do leite. Oito vacas mestiças Holandês-Zebu (517±40 kg) foram distribuídas em dois quadrados latinos 4 x 4, em quatro períodos de 14 dias. O experimento foi conduzido em pastagem de capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum) na estação chuvosa, e os tratamentos incluíram um controle (mistura mineral) e suplementos com 24% de PB na matéria seca nos níveis de 1,25; 2,5; e 5,0 kg/animal/dia, baseado em fubá de milho, farelo de soja, uréia e mistura mineral. O experimento foi analisado efeitos de tratamento, quadrado latino, animal dentro de quadrado latino e período. Não houve efeito de tratamento (P>0,05) devido ao alto coeficiente de variação. A resposta média da produção de leite em função da suplementação foi curvilínea, seguindo o relacionamento de Michaelis-Menten de sistemas enzimáticos, e foi explicada pela seguinte equação de Lineweaver-Burk: 1/leite = 0,0125* (1/supl) + 0,0826; r2 = 1,00. A produção máxima teórica de leite (1/a) foi de 12,1 kg/animal/dia, e a quantidade de concentrado que resultou na metade da produção máxima de leite (b/a) foi verificada com 5,2% daquela necessária para atingir 95% da resposta máxima. Portanto, o aumento marginal na produção de leite reduz com o aumento na suplementação, diferente do NRC 2001 de gado de leite que considera resposta linear para o suprimento tanto de energia quanto de proteína. No quarto e último experimento avaliaram-se os efeitos do teor de proteína bruta e níveis de suplementação sobre a produção e composição do leite de vacas alimentadas com cana-de-açúcar. Oito vacas mestiças Holandês-Zebu (541 kg) foram distribuídas em dois quadrados latinos 4x4, em quatro períodos de 15 dias, e receberam como volumoso em torno de 40 kg/dia de cana-de-açúcar picada acrescida de 0,25% de mistura uréia/sulfato de amônia (9 partes de uréia para 1 parte de sulfato de amônia). Os tratamentos consistiram de um controle onde, apenas sal mineral foi fornecido e suplementação com três níveis de concentrados: 1,25; 2,5; e 5,0 kg/animal/dia, contendo milho moído, farelo de soja, mistura de uréia/sulfato de amônia 9:1 e sal mineral na proporção de 00,0:76,0:11,5:12,5; 42,2:46,2:5,9:5,7; e 75,4:18,8:2,9:2,9 (tratamentos 2, 3 e 4, respectivamente). O experimento foi analisado em quadrado latino (QL) incluindo efeitos de tratamento, QL, animal/QL e período. Apesar de não ocorrer efeito de tratamento para as variáveis analisadas, a resposta em leite foi curvilínea, seguindo o relacionamento de Michaelis-Menten, e foi explicada pela seguinte equação de Lineweaver-Burk: 1/leite = 0,0199*(1/supl) + 0,1032; r2 = 0,96. A produção máxima teórica de leite (1/a) foi de 9,7 kg/animal/dia, e a quantidade de concentrado para causar metade da produção máxima de leite (b/a) foi verificada com 5,2% daquela para atingir 95% da resposta máxima. Portanto, o aumento marginal na produção de leite reduz com a suplementação, diferente do NRC 2001 que considera resposta linear para o suprimento tanto de energia quanto de proteína.