Biometria e mudanças morfológicas uterinas e ovarianas em fêmeas bovinas
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de Mestrado em Medicina Veterinária UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5190 |
Resumo: | Critérios de avaliação diretamente relacionados à capacidade sexual da fêmea devem ser utilizados na prática de rotina da pecuária, permitindo avaliar o desenvolvimento e a função dos órgãos que controlam a reprodução. Dentre os órgãos genitais, o útero tem funções essenciais na reprodução sexual dos animais, controlando a função luteal, além de interferir no transporte e capacitação dos espermatozoides, como também na implantação e desenvolvimento inicial do embrião; alojamento, nutrição e proteção do feto até o final da gestação. Dessa forma, na primeira etapa deste estudo foram analisadas imagens ultrassonográficas de cortes transversais do útero. Na primeira região uterina (da bifurcação interna dos cornos uterinos até o início da curvatura maior), na segunda região (a partir da curvatura maior até pouco antes do ápice do corno) e na terceira região (ápice da extremidade livre do corno) no útero de cinco fêmeas bovinas sexualmente maduras da raça Holandesa, criadas em manejo de Losing- House. As medidas foram obtidas no animal in vivo e no órgão genital post mortem, com a finalidade verificar a acurácia das interpretações e medidas da biometria uterina (espessura endometrial e diâmetro dos cornos uterinos). Todos os dados quantitativos foram analisados por ANOVA e as médias comparadas pelos testes de Tukey ou Duncan ou então pela análise não paramétrica com as médias comparadas pelo teste de Kruskall Wallis ou Wilcoxon. Considerou-se a probabilidade de 5 % de erro em todas as análises. Não houve diferença entre os valores da biometria uterina para os mensurações no animal in vivo e no órgão genital post mortem (P>0,05). Os valores médios para as mensurações no animal in vivo, na região um, para diâmetro do corno uterino esquerdo (21,0±2,6 mm), espessura endometrial do corno esquerdo (10,39±4,9 mm), diâmetro do corno uterino direito (22,9±2,8 mm), e espessura endometrial do corno direito (10,8±5,2 mm), se mostraram semelhantes aos valores obtidos nas outras duas regiões. A obtenção e correta interpretação de imagens transversais da primeira região do útero (início da bifurcação uterina até a curvatura maior) por meio da ultrassonografia transretal bovina, mostra-se uma metodologia com alta acurácia e eficiente para avaliar a biometria uterina (espessura e diâmetro dos cornos uterinos). Posteriormente, com ajuda da ultrassonografia foram estudados os desenvolvimentos ponderal e sexual de 38 fêmeas da raça Holandesa, criadas em Tie-Stall, nas fases de pré-puberdade, puberdade e maturidade sexual (nove a 20 meses de idade). As fêmeas foram avaliadas a cada quinze dias por um período de dois meses, sendo mensurados peso e altura, e as mudanças que aconteceram na biometria uterina por meio da ultrassonografia via transretal. Os animais foram divididos por classes com intervalos de 3 meses de idade, com a finalidade de abranger os eventos reprodutivos durante a fase de crescimento. As alturas dos animais da classe 3 e 4 foram semelhantes entre si (P>0,05) e maiores dos animais das classes 1 e 2 (P<0,05), apresentando alta correlação com o peso corporal (r= 0,8). O útero das novilhas apresentou diâmetros maiores do corno esquerdo nos animais das classes 3 e 4 (P<0,05). A espessura endometrial do corno direito foi maior em animais da classe 4 (P<0,05). Concluiu-se que o desenvolvimento ponderal e o sexual ocorrem de forma assincrônica nos animais mais jovens (9 -11 meses), sendo o ponderal mais acelerado; a puberdade de fêmeas da raça Holandesa nas condições tropicais se manifestam entre as faixas etárias de 12 a 15 meses de idade causando consequentemente retraso na maturidade sexual; uma vez atingida a puberdade o desenvolvimento ponderal e sexual é sincrônico e o aumento da espessura endometrial e diâmetro dos cornos uterinos se maximizam. Na ultima etapa experimental foram estudadas as alterações da biometria uterina nas fases do ciclo estral de 172 novilhas induzidas à puberdade e 90 vacas adultas solteiras da raça Nelore, criadas em regime extensivo, submetidas a diferentes protocolos de sincronização, aspirando o ovócito do folículo dominante no dia e horário correspondente à IATF. Posteriormente, os animais foram inseminados a cio detectado e submetidos ao manejo de monta natural. Os protocolos de inseminação artificial mostraram valores satisfatórios para indução de puberdade e gestação nos estros subsequentes em novilhas pré-púberes (68 %), e eficientes em vacas adultas solteiras da raça Nelore (98 %). Os protocolos de sincronização conseguiram induzir as mudanças uterinas relatadas na literatura, concluindo que no ciclo estral bovino, durante a fase folicular e sob o efeito do estrógeno, são obtidas imagens ultrassonográficas hipo-ecogênicas da camada endometrial com aumento da espessura da mesma com imagens anecogênicas do lume uterino em algumas ocasiões. Na fase luteal e sob a influência da progesterona, são obtidas imagens ultrassonográficas da camada endometrial hiper-ecogênicas e diminuição na espessura da mesma. O diâmetro dos cornos uterinos de novilhas nulíparas e vacas solteiras da raça Nelore, criadas em regime extensivo, mostraram-se próximos aos valores de referência (20 mm) preconizados para fêmeas maturas sexualmente, aptas à reprodução. |