Digestibilidade de nutrientes e valores energéticos de alguns alimentos para aves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Rodrigues, Paulo Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8061
Resumo: Vários experimentos foram conduzidos no Laboratório Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, com o objetivo de determinar a digestibilidade de nutrientes e os valores energéticos de rações e de alguns alimentos para aves. Em dois experimentos, determinaram- se o desempenho de frangos de corte, a digestibilidade de nutrientes (ileal e excretas) e os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida (EMAn), de rações formuladas com diferentes milhos, suplementadas ou não com um complexo enzimático (Avizyme 1500®). Foram utilizados, em cada experimento, 480 pintos Hubbard machos, com 14 dias de idade, os quais foram criados até 27 dias de idade, período no qual foi avaliado o desempenho. As aves receberam os tratamentos em esquema fatorial 6 x 2, sendo seis variedades de milho - experimento I, milhos provenientes de seis regiões distintas, e experimento II, suplementados ou não com enzimas, em quatro repetições de 10 aves cada. Cada variedade ou procedência dos milhos foi misturada em uma ração basal na proporção de 63,24%, constituindo as dietas experimentais. O óxido crômico foi adicionado como indicador, na proporção de 0,5%. A partir do 23o dia, as excretas foram coletadas, sendo acondicionadas em sacos plásticos e congeladas para análises posteriores. No 28o dia, todas as aves de cada repetição foram abatidas e o conteúdo de digesta presente nos 30 cm do íleo terminal, anterior à junção íleo-cecal, coletado. As amostras das excretas e da digesta ileal foram, então, processadas e analisadas em matéria seca, nitrogênio, energia bruta e amido, e os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e valores energéticos, determinados por meio do fator de indigestibilidade do óxido crômico. Somente as variedades de milho influenciaram o ganho de peso e a conversão alimentar das aves. As digestibilidades ileal e fecal da maioria dos nutrientes avaliados diferiram entre os milhos, assim como os valores energéticos. Os milhos responderam de forma diferenciada à suplementação enzimática e, de maneira geral, a suplementação melhorou a digestibilidade dos nutrientes e os valores energéticos. Em quatro outros ensaios, determinaram-se os valores de energia metabolizável de 19 alimentos (entre amostras de milhos, subprodutos e milheto em um grupo e amostras de soja e subprodutos em outro), utilizando- se o método tradicional de coleta total de excretas, com pintos de 22 dias de idade, e o método de alimentação forçada, com galos adultos. A partir dos resultados experimentais obtidos, ajustaram-se equações para predizer os valores energéticos dos alimentos do grupo do milho e da soja, em função da composição dos alimentos de cada grupo. Em um primeiro ensaio, foram utilizados 540 e, no outro, 420 pintos Hubbard machos, em que quatro repetições de 10 aves cada receberam as rações experimentais com os alimentos a serem testados. A ração referência foi fornecida a seis repetições e um grupo de quatro repetições de 10 aves foi mantido em jejum por 48 horas, para estimar as perdas endógenas e metabólicas, sendo este período corrigido para os cinco dias de coleta de excretas. Nos outros dois ensaios, cada um dos 19 alimentos foi fornecido a seis galos, sendo a unidade experimental composta por dois galos, os quais receberam 15 g do alimento pela manhã (8 h) e 15 g à tarde (16 h), após terem sofrido um período de jejum de 24 horas, para esvaziamento do trato digestivo. Simultaneamente, seis galos foram mantidos em jejum, para determinação das perdas endógenas e metabólicas. Os valores energéticos dos milhos e subprodutos e do milheto variaram de 1.937 a 4.108 e 2.246 a 4.248 kcal/kg de MS, e os do grupo da soja e subprodutos, de 2.376 a 4.104 e 2.766 a 4.442 kcal/kg de MS, respectivamente, para EMAn determinada com pintos e energia metabolizável verdadeira corrigida (EMVn) obtida com galos adultos. Os valores de EMVn determinados com galos foram superiores aos de EMAn determinados com pintos. De maneira geral, as equações com duas a quatro variáveis fizeram boas predições dos valores energéticos, em que, para o grupo do milho, a fibra em detergente neutro (FDN) e matéria mineral (MM) e a FDN, MM e o extrato etéreo (EE) explicaram mais de 95 e 96% das variações nos valores de EMAn e EMVn, determinadas com pintos e galos, respectivamente. No grupo da soja, a fibra bruta e o EE e a proteína bruta, FDA, FDN e o EE explicaram 92,7 e 98,7% da variação na EMAn e EMVn, respectivamente. Para determinar os coeficientes de digestibilidade e o conteúdo de aminoácidos digestíveis verdadeiros dos alimentos testados, outros dois ensaios foram conduzidos com galos adultos cecectomizados, utilizando-se o método de alimentação forçada, seguindo o mesmo procedimento experimental da determinação da EMV com galos. Após obtidos os coeficientes de digestibilidade e calculado o conteúdo de aminoácidos digestíveis de cada alimento, ajustaram-se equações para predizer a composição em alguns aminoácidos totais e digestíveis dos alimentos, em função da composição em proteína bruta, fibra bruta, extrato etéreo e matéria mineral. Os coeficientes de digestibilidade variaram entre os aminoácidos de cada alimento e entre os alimentos de cada grupo estudado, mostrando a necessidade do uso de aminoácidos digestíveis nas formulações. As equações de predição contendo a variável PB fizeram boas estimativas do conteúdo dos aminoácidos totais e digestíveis analisados, com valores de R2 superiores a 91% na maioria das equações.