Adaptações morfofisiológicas envolvidas na regulação da glicose plasmática no morcego nectarívoro Anoura caudifer (Geoffroy, 1818)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Justinico Castro, David Leonardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28419
Resumo: Morcegos nectarívoros, apesar de ingerirem grandes quantidades de néctar floral rico em carboidratos simples, não apresentam sintomas e consequências a longo prazo relacionados à hiperglicemia como outros mamíferos. Nestes animais, a alta atividade durante o voo parece fundamental para regular os altos níveis glicêmicos. No entanto, o papel da secreção de insulina nestes animais em repouso e após o exercício ainda não foi estudado. As reservas energéticas corporais de glicogênio e o efeito das espécies reativas de oxigênio (EROS), produto da auto-oxidação da glicose, também ainda não foram investigados. O presente estudo teve por objetivo investigar as adaptações morfofisiológicas envolvidas na regulação da glicose plasmática em morcegos nectarívoros (Anoura caudifer, E. Geoffroy, 1818). Um total de 35 morcegos foram separados em 3 grupos experimentais: Controle (água e repouso), repouso (dieta e repouso) e exercício (dieta e voo por 20 min). Em cada grupo, os animais foram eutanasiados após 0, 45 e 90 minutos (T0, T45 e T90) de uma dose oral de glicose (5,4 g / Kg de peso corporal) ou água. As concentrações de insulina no plasma foram baixas mesmo após 45 e 90 minutos da dose oral de glicose em repouso. O exercício teve um efeito significativo na diminuição da glicemia. As concentrações de glicogênio hepático e muscular não mudaram com o exercício. As análises morfométricas e estereológicas revelaram ilhotas pancreáticas com maior diâmetro (79,8 ± 1,43 µm) e tecido endócrino (13%) em comparação com outros morcegos. Não houve efeito do exercício sobre a atividade das enzimas antioxidantes no músculo, mas houve aumento da concentração de óxido nítrico e da atividade da catalase nos rins. Os dados apresentados aqui indicam uma baixa capacidade de secreção de insulina em A. caudifer, o que é consistente com a capacidade limitada de armazenar e utilizar reservas de glicogênio, relatadas pela primeira vez neste estudo. As altas taxas metabólicas durante o exercício reportadas para esta espécie podem ser o principal mecanismo adaptativo para tolerar e regular os altos níveis de glicose plasmáticos, consequência de sua dieta rica em carboidratos.