Ontogênese de ilhotas pancreáticas e rins em Desmodus rotundus: adaptações morfológicas em respostas às diferentes dietas durante diferentes estágios de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Susana Puga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22512
Resumo: A dieta sangue é explorada somente por três espécies de morcegos vampiros entre os mamíferos. Considerando seu alto conteúdo proteico, várias adaptações fisiológicas são reportadas no morcego comum vampiro, Desmodus rotundus. O objetivo deste trabalho foi analisar a histomorfologia do pâncreas e rins de morcegos Desmodus rotundus durante o seu desenvolvimento, desde a fase intra-uterina, passando pela lactação, até a fase adulta, período pelo qual ocorre a transição de dietas, a fim de investigar o surgimento de mecanismos de adaptações associados à plasticidade das estruturas endócrinas pancreáticas e renais. O IPS foi maior em lactentes em relação aos fetos e em adultos, em relação aos outros dois grupos. A área proporcional das ilhotas, no entanto, foi maior em lactentes em relação aos fetos, porém menor em adultos quando comparada aos lactentes. Da mesma forma, a densidade volumétrica de ilhotas foi maior em lactente e menor em adultos. No tecido renal os resultados reportaram um aumento AG, como também uma maior V vglomérulos e túbulos uriníferos corticais, V v túbulos corticais encontrados nos animais adultos em relação aos lactentes e fetos . Estes resultados justificam a hipertrofia renal e o maior IRS encontrados nos animais adultos também em relação aos lactentes e fetos. Além disso, foram analisados índices renais relacionados com a capacidade máxima de concentração urinária como o MI/C e o MT/C mostrando uma medula interna mais espessa em morcegos vampiros adultos em relação aos morcegos vampiros lactentes e fetos. Os resultados pancreáticos indicam um menor investimento em massa pancreática em adultos quando comparados a lactentes, o que pode refletir uma menor participação da regulação hormonal pancreática sobre o controle glicêmico, sendo que estas adaptações parecem ocorrer entre as fases de lactação e a fase adulta, quando a dieta de sangue torna-se exclusiva. Os resultados no tecido renal traduzem uma maior habilidade de concentração urinária em adultos em relação aos lactentes. A maior espessura da medula nos animais adultos reflete uma importante adaptação no tecido renal para suportar o ambiente azotêmico em que vive. Observamos também uma maior densidade e rearranjos de podócitos na cápsula glomerular nos animais adultos comparados aos lactentes. Trata-se de uma adaptação morfológica provocada pelo aumento da força mecânica de distensão e cisalhamento na MBG, em consequência de um grande aumento de volume extracelular e, portanto um grande fluxo de filtração glomerular após a alimentação com uma dieta hiperproteica. Assim, nós concluímos que as alterações morfológicas reportadas nos morcegos vampiros após a transição da dieta sangue pode constituir uma programação fetal culminando nas adaptações em adultos para que este animal sobrevivesse a uma dieta de sangue.