Influência do perfil de macronutrientes da dieta na leptinemia, no balanço energético e na saciedade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Hermsdorff, Helen Hermana Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8856
Resumo: A composição da dieta parece interferir na leptinemia, no metabolismo energético e na ingestão alimentar exercendo um papel fundamental na regulação do balanço energético. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito de dietas ricas em sacarose (DRS) e em lipídio (DRL) nas concentrações de glicose e leptina séricas em jejum e pós-prandial, na oxidação de carboidrato e de lipídio, na termogênese induzida pela dieta (TID), nas sensações de fome, saciedade e desejo prospectivo ao alimento em mulheres com peso normal e sobrepeso, bem como a interação entre as variáveis estudadas. Foram selecionadas 20 mulheres hígidas, 13 com peso normal (grupo G1) e 7 com sobrepeso (grupo G2). O protocolo de estudo foi baseado nas seguintes determinações: antropometria e composição corporal, glicose e leptina séricas, metabolismo energético, saciedade e palatabilidade das dietas. Os valores de leptina sérica de jejum e pós-prandiais foram maiores em G2, para todas as dietas (p<0,05) e, correlacionaram-se positivamente com as características antropométricas e de composição corporal (p<0,05), ligadas ao estoque de gordura corporal. Apesar de não significante, após o seguimento de DRL, a leptinemia foi bem inferior para o G1. Em uso de DRS, os níveis de glicose após 30 (p<0,01) e 60 (p<0,05) minutos da ingestão da dieta correlacionaram-se positivamente com os níveis de leptina sérica nos períodos pós-prandiais. Estes resultados podem ser explicados pela relação entre glicemia, insulina e seu papel secretagogo de leptina no tecido adiposo. As oxidações médias de carboidrato e lipídio e o gasto energético pós-prandial, entre 60 e 150 minutos após ingestão das dietas testes, foram superiores em G2. A fome e a saciedade apresentaram correlações negativa e positiva, respectivamente, com a área abaixo da curva (AAC) do gasto energético pós-prandial. Estes resultados indicam que, tanto em mulheres com peso normal quanto naquelas com sobrepeso, há interação entre ingestão e gasto energético de modo a manter o balanço energético e a prevenir ganho de peso, embora os mecanismos não estejam bem esclarecidos. A AAC do gasto energético após ingestão da dieta basal (DB) foi superior, comparada a ingestão de DRS, relacionada ao maior poder termogênico da proteína. As TIDs apresentaram correlação positiva com o conteúdo energético, carboidrato e proteína e, negativa com o lipídio ingerido nas dietas DRS e DRL. O carboidrato em si e, associado ao aumento do conteúdo energético da dieta, pode ter maior efeito positivo na TID que o lipídio. A palatabilidade, maior em DRS e DRL em relação a DB, não teve efeito direto na TID cefálica. Entretanto, não a palatabilidade per se, mas a presença dos macronutrientes, refletida pelos maiores ou menores escores de sabor e palatabilidade, parece modular a TID em suas fases cefálica e obrigatória. As sensações de fome, saciedade, cheio e desejo prospectivos aos alimentos apresentaram comportamentos diferenciados entre os grupos, confirmando a existência de maior percepção da fome e menor restrição alimentar entre mulheres com sobrepeso, bem como sua preferência por alimentos ricos em gordura. A palatabilidade da dieta apresentou correlações positiva e negativa com as sensações de fome, saciedade e de cheio (p<0,05) e G1 e G2 tiveram menores escores para fome e maiores para saciedade após DRS, comparados a DB e DRL (p>0,05), o que sugere um efeito inibitório na saciedade pelo lipídio. Quanto menor a leptinemia de jejum, maior a vontade de comer algo doce e algo gorduroso, possivelmente, pelos menores níveis em jejum terem menor efeito anorexígeno. Em suma, o presente estudo confirma a influência do perfil de macronutrientes da dieta e da composição corporal na leptinemia e no balanço energético e sugere alguns dos possíveis mecanismos envolvidos nesta regulação, seja pela dieta ou composição corporal, seja pela interação entre os fatores endócrinos, metabólicos e nutricionais estudados.