Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Nayhara Freitas Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7299
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Resumo: |
A presente dissertação teve como objetivo investigar o fenômeno da mobilidade socioespacial das pessoas que vivem no campo, enfatizando a perspectiva do intercâmbio socioeconômico advindo dos deslocamentos entre o campo e a cidade. Em específico, buscou-se analisar as mudanças no modo de vida rural advindas com o estreitamento das distâncias entre o campo e a cidade. Embora a pesquisa não tenha tratado a mobilidade socioespacial como uma variável causal em relação às mudanças dos modos de vida das famílias que vivem no campo, esse movimento foi visto como um indicador das dimensões em que o modo de vida rural se modificou. Em termos metodológicos utilizou-se procedimentos de coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos, com a aplicação de um Survey com perguntas abertas e fechadas. Para a realização do estudo escolheu-se um pequeno município, Araponga, pertencente à microrregião de Viçosa, Minas Gerais, cuja economia é baseada no café. A escolha se deveu ao fato do município ter uma população inferior a 20.000 habitantes e ter uma economia agrícola, tal como acontece com mais de 80% dos municípios brasileiros. A amostra da pesquisa foi representativa da população, tendo sido constituída por 94 indivíduos. Os dados foram sistematizados e analisados no software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e no software Alceste (Análise Lexical Contextual de um Conjunto de Segmento de Texto) de análise quantitativa de dados textuais. Os resultados da pesquisa mostraram que os deslocamentos entre o campo e a cidade foram utilizados de forma efetiva pelos habitantes do campo para introduzir mudanças no seu modo de morar. As idas à cidade estiveram relacionadas, prioritariamente, à esfera do consumo, tanto de alimentos, como de eletrodomésticos e móveis para a casa. As tecnologias da informação e comunicação, como o celular, também mostraram a sua interface com os deslocamentos realizados pelos rurais entre o campo e a cidade, sendo utilizada para resolver assuntos relativos à saúde, negócios ou mesmo da esfera afetiva, como entre os jovens. Contudo, os deslocamentos entre o campo e a cidade não mostraram estar relacionados nem ao trabalho, nem ao estudo. Esferas em que o modo de vida rural se mostrou mais inalterado. Neste sentido, o trabalho agrícola realizado na própria propriedade mostrou-se como o principal fator de manutenção do modo de vida rural. A renda xviiida economia cafeeira combinada a programas do governo, como o bolsa família, o PRONAF, além da própria aposentadoria rural, mostrou-se capaz de manter grande parte dos membros da família na própria comunidade ou no próprio município. A mobilidade mostrou, ainda, forte viés de gênero, mas não de geração. Os homens foram os habitantes do campo que mais se deslocam buscando o centro urbano do município e outros pequenos municípios vizinhos, principalmente por estes possuírem os meios de transporte e renda numericamente superior do que as mulheres. Já as mulheres apresentaram o deslocamento circunscrito ao distrito do município. Assim, a pesquisa mostrou que a mobilidade espacial não se constitui como um fenômeno exclusivamente urbano, estando muito presente nos pequenos municípios brasileiros. No que diz respeito aos moradores do campo, esta mobilidade campo-cidade vem sendo utilizada para modificar, sobretudo, seus modos de morar e os seus hábitos de vida. |