Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Braga, Gustavo Bastos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7519
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Resumo: |
As Nações Unidas (2009) declararam que, o ano de 2007, foi a primeira vez na história da humanidade em que a maioria dos habitantes do mundo não vivia mais em áreas rurais. No entanto, pode-se perguntar: qual a concepção de rural foi adotada para sustentar tal afirmação? Os discursos acadêmicos e políticos sobre esse tema são controversos. Definir o que é o rural tem se constituído em um desafio secular, que se remete as origens da sociologia rural sem que haja consenso na literatura. Assumiu-se, nesta tese a perspectiva teórica de autores como Wirth, Lefebvre, Rambaud e Milton Santos, que concebem o espaço como dinâmico, como algo em movimento. Sendo assim, não se poderia definir à priori que o “campo” enquanto espaço físico seria em si mesmo “rural” ou que todo “município”, enquanto território física e legalmente delimitado, seria “urbano”. “Rural” e “urbano”, dentro desta concepção teórica são tomados como “atributos”, como modos de vida, que caracterizam o espaço em seu processo de metamorfose. Esta fundamentação teórica foi utilizada nesta tese para caracterizar os territórios, buscando-se se identificar neles os atributos relativos aos modos de vida neles presentes: rural e/ou urbano. Para tanto, se propôs a criação de um índice de caracterização de territórios, que pudesse subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas e facilitar a compreensão da dinâmica socioespacial dos territórios brasileiros. Assim, esta tese teve como objetivo principal a elaboração de um índice de caracterização dos territórios brasileiros, que não os tomasse a priori como “rural” ou “urbano”, mas que buscasse identificar nestes territórios, com base em variáveis relativas aos modo(s) de vida “rural” e “urbano”, os atributos que, de fato, caracterizavam a forma como as pessoas neles viviam. Buscou-se, para tanto, aplicar na caracterização dos territórios brasileiros diversas metodologias de definição do rural e do urbano já utilizadas por instituições internacionais, tais como, a da OCDE e do Eurostat/União Europeia na caracterização do espaço. Apesar das limitações intrínsecas a elaboração de um índice, os resultados apontaram para um Brasil no qual foi possível se perceber territórios localizados nas regiões centro-sul e nas regiões litorâneas com manchas de ruralidade, como, também, mostrou na região norte e em regiões no interior do nordeste do país, manchas de urbanidade. Descontruindo-se, assim, a perspectiva de um Brasil dual. Esta tese constatou, antes, que mesmo em nível de um município era possível perceber os hibridismo do modos de vida urbano e rural. Assim, esta tese apresenta elementos teórico-metododológicos para avançar na caracterização do espaço, avançando em termos da consideração de atributos puramente referentes à densidade demográfica para a caracterização dos mesmos. O censo do IBGE fornece variáveis socioculturais que podem tornar muito mais precisa a compreensão da dinamicidade do espaço habitado. Para além disto, pesquisas como esta podem contribuir para que o próprio IBGE reveja os critérios que utiliza para a classificação do espaço físico, considerando para tanto, variáveis sociodemográficas e, especificamente, aquelas relativas aos modos de vida presentes ao longo do vasto território brasileiro. |