Prospecção fitoquímica e avaliação de mutagenicidade in vitro de três espécies vegetais: Strychnos pseudoquina A. St.-Hil., Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum e Bathysa cuspidata (A.St.-Hil.) Hook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Nunes, Líria Granato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Bioquímica e Biologia molecular de plantas; Bioquímica e Biologia molecular animal
Mestrado em Bioquímica Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2401
Resumo: O Brasil tem a flora mais diversa do mundo quanto a plantas terrestres, com cerca de 45.000 espécies de plantas superiores, que equivale a quase 22% de todas as espécies vegetais conhecidas do planeta. Nesse grande patrimônio, vale ressaltar a importância da diversidade química dos metabólitos secundários biossintetizados pelas plantas, a qual tem despertado grande interesse da indústria farmacêutica visando a descoberta de novos fármacos. Nesse cenário, a fitoterapia tem ressurgido como opção medicamentosa bem aceita e acessível em diferentes países, entre esses o Brasil. No entanto, grande parte das plantas medicinais da flora nativa brasileira consumida na medicina popular apresenta poucas informações sobre suas propriedades química, farmacológica e toxicológica. No emprego de plantas medicinais, faz-se importante a prevenção de possíveis riscos mutagênicos relacionados a compostos presentes nos vegetais, para minimizar a sua exposição ao homem. Nesse contexto, insere-se o presente trabalho, que visou o estudo de cascas e folhas de três espécies nativas do Brasil, conhecidas popularmente como quina e usadas na medicina tradicional, a saber: Strychnos pseudoquina A. St.-Hil., família Loganiaceae; Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum e Bathysa cuspidata (A.St.-Hil.) Hook., ambas da família Rubiaceae. Esse estudo realizou a prospecção fitoquímica por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) de sílica gel e por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), como também, a análise quantitativa de grupos de metabólitos secundários potencialmente ativos, de forma a comparar a composição química entre as espécies, e também auxiliar na identificação das respectivas drogas vegetais. Outro aspecto avaliado foi a ação mutagênica dos extratos utilizando Teste de Ames ensaio de mutação gênica reversa em Salmonella typhimurium. Por se tratarem de espécies vegetais pertencentes a gêneros botânicos reconhecidamente portadores de alcalóides ativos, a presença dos produtos naturais quinina e estricnina, obtidos de amostras comerciais, foi investigada nos extratos, sendo também avaliados quanto ao potencial mutagênico. Os resultados obtidos pela prospecção fitoquímica mostraram certa semelhança entre os grupos de metabólitos secundários encontrados nas espécies avaliadas. Entre as cascas e folhas das três espécies vegetais foram detectadas diferenças na composição química. Pela quantificação de polifenóis totais, proantocianidinas e flavonóides pode-se verificar variação no conteúdo químico dos mesmos, nas diferentes espécies. A espécie B. cuspidata e C. hexandra não apresentaram potencial de mutagenicidade para as folhas e cascas frente às cepas TA 100 e TA 98. Já para a espécie S. pseudoquina, as cascas do caule não mostraram ação mutagênica, enquanto os extratos das folhas apresentaram potencial mutagênico para as linhagens TA100 e TA98 nas doses utilizadas. Não foi evidenciada, por CCD, a presença dos alcalóides quinina e estricnina nos extratos. Padrões destes alcalóides não apresentaram potencial mutagênico, mas citotoxicidade em doses elevadas. Contudo, como no uso popular dessas três espécies, as cascas constituem a parte mais empregada, a ausência de mutagenicidade demonstrada pelo teste de Ames para esse farmacógeno é um subsídio para o estabelecimento da segurança dessas drogas vegetais. O uso de folhas de S. pseudoquina requer cautela, devendo ser proscrito e estudos mais aprofundados serão necessários para avaliar esse potencial mutagênico.