Bioética e atenção primária à saúde: perspectivas dos cirurgiões- dentistas que atuam na microrregião de saúde de Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Colodette, Renata Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/20731
Resumo: A bioética é uma disciplina que estuda a conduta humana no campo das ciências biológicas e do cuidado à saúde, e auxilia os profissionais de saúde na identificação, na análise e na resolução de questões éticas na prática profissional. Problemas bioéticos ocorrem frequentemente no cotidiano dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS), mas, por vezes, se apresentam de maneira sutil, sem que possam ser percebidos. O objetivo do presente estudo foi analisar a percepção dos cirurgiões-dentistas que atuam na APS da Microrregião de Saúde de Viçosa, Minas Gerais (MG), (i) sobre os problemas bioéticos vivenciados em sua prática profissional, (ii) a melhor forma de abordá-los e (iii) os conhecimentos sobre ética/bioética. Trata-se um estudo de natureza quanti-qualitativa, realizado através da aplicação de um questionário incluindo perguntas abertas e fechadas, a 48 cirurgiões-dentistas atuantes na APS, no período de agosto a setembro de 2017. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (Parecer no. 2.205.321 / CAAE: 69789917.4.0000.5153), e todos os participantes foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da aplicação do questionário. A análise dos dados se deu pela técnica de análise de conteúdo de Lawrence Bardin. A idade dos participantes variou de 23 a 70 anos, com média e desvio padrão de 40,7±12,6 anos. A maioria dos participantes era do sexo feminino (72,9%), tinham realizado pós-graduação (71,0%) e apresentavam tempo de profissão igual ou superior a 12 anos (62,5%). Os resultados mostraram que 38 participantes (79,2%) identificaram, na sua prática profissional, um ou mais problemas (bio)éticos, que foram categorizados em: (1) questões relacionadas aos membros da equipe da APS, (2) questões relacionadas à gestão, (3) questões envolvendo a equipe e os usuários, e (4) questões relacionados à quebra de sigilo profissional. A reunião em equipe (40,0%) foi a abordagem mais citada pelos participantes para a resolução desses problemas, no entanto, 29,2% dos participantes não relataram nenhum tipo de abordagem para os problemas bioéticos vivenciados.Menos da metade dos participantes (45,8%) disseram ter havido solução para esses problemas, e as principais consequências para isso foram um ambiente de trabalho prejudicado constrangimento/desmotivação/frustração/indignação (19,0%) (20,7%). e Dos 48 participantes, 79,2% responderam não conhecer nenhum conceito de ética e bioética, e apenas 8,3% destes disseram ter recorrido a algum referencial teórico ou consultor para auxiliá-los na resolução dos problemas (bio)éticos. Como última questão foi apresentado um caso clínico fictício aos participantes, e nessa história, 85,4% dos cirurgiões-dentistas identificaram algum problema (bio)ético, tendo sido a quebra de sigilo a mais relatada (59,6%), no entanto, quando questionados sobre qual atitude tomariam, 50,0% dos entrevistados também quebrariam o sigilo. Observou-se, no presente estudo, que 20,8% dos entrevistados não conseguiram identificar nenhum tipo de problema (bio)ético na sua rotina profissional. Constatou-se a necessidade de estratégias de formação – inscritas nos referenciais da educação permanente – para auxiliar esses profissionais no reconhecimento e na correta deliberação frente aos problemas (bio)éticos que eventualmente acontecerão.