Resíduo desidratado da agroindústria de cervejaria na produção de silagem de capim-marandu
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1845 |
Resumo: | O presente trabalho foi desenvolvido mediante a condução de quatro experimentos, os quais geraram informações que serão apresentadas na forma de quatro capítulos. O resíduo úmido de cervejaria utilizado nos experimentos foi desidratado naturalmente por um período de 36 horas. O delineamento experimental para os quatro experimentos foi o inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco repetições, sendo os tratamentos representados pelos níveis de inclusão de 0, 10, 20, 30 e 40% da matéria natural de resíduo de cervejaria desidratado à ensilagem de capim-marandu. No primeiro capítulo, avaliou-se o perfil fermentativo, perdas, recuperação de nutrientes e a composição bromatológica em silagens de capim-marandu aditivado com resíduo de cervejaria desidratado naturalmente. Foram utilizados silos experimentais, com capacidade de 10 litros, dotados de válvula de bunsen, para escape dos gases. No fundo do silo, foram colocados 2 kg de areia para captura dos efluentes, separados da forragem por um tecido de algodão. A compactação do material foi realizada manualmente, colocando-se, aproximadamente, 5 kg de forragem fresca picada por silo. A abertura dos silos ocorreu aos 45 dias após a ensilagem. Os valores de pH e poder tampão das silagens decresceram de forma quadrática (P<0,05) em função dos níveis de resíduo de cervejaria desidratado. Efeito positivo foi observado, também, no comportamento linear decrescente da equação de regressão para o valor de Namoniacal. Foi observado comportamento quadrático positivo (P<0,05) do teor de ácido lático com os níveis de resíduo de cervejaria desidratado incluídos na ensilagem do capim, estimando-se valores de 2,236, 3,136 e 3,276%, para os níveis 0%, 30% e 40% de inclusão, respectivamente, e menores valores para ácidos acético, butírico e propiônico que reduziram de forma quadrática. As perdas por gases e por efluentes reduziram de forma linear (P<0,05), conforme o nível de resíduo de cervejaria desidratado foi acrescido. A incorporação de resíduo de cervejaria desidratado à ensilagem resultou em maior teor de proteína bruta (P<0,05) e maior recuperação de matéria seca e de proteína bruta, além das menores perdas por gases e efluentes (P<0,05). Para os parâmetros químicos, como matéria orgânica, material mineral e carboidratos solúveis, não houve efeito dos níveis de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu (P>0,05). O teor de extrato etéreo apresentou comportamento quadrático, de modo que o valor máximo foi estimado em 5,46% de extrato etéreo para o nível de 29,07% de resíduo de cervejaria desidratado. O teor de NDT aumentou linearmente (P<0,05) com a inclusão do resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu. Houve efeito linear decrescente dos níveis de resíduo de cervejaria para os teores de fibra em detergente neutro e para a hemicelulose na silagem de capim-marandu (P<0,05). Não houve efeito dos níveis de resíduo de cervejaria para o teor de fibra em detergente ácido na silagem de capim-marandu (P>0,05). A digestibilidade in vitro da matéria seca das silagens de capim-marandu elevou-se com a adição do resíduo de cervejaria desidratado (P<0,05). Conclui-se que a inclusão de 20% de resíduo de cervejaria desidratado já assegura uma boa fermentação de silagens de capimmarandu, proporcionando redução das perdas por gases e efluentes, aumento da recuperação de matéria seca e melhorias na composição química. No segundo capítulo, avaliou-se o fracionamento de carboidratos e proteína, e parâmetros cinéticos da degradação ruminal da silagem de capim-marandu aditivada com resíduo de cervejaria desidratado. Para os teores de carboidratos fibrosos, não foi observada significância estatística (P>0,05), sendo registrado valor médio de 70%. A adição de níveis crescentes de resíduo de cervejaria ao capim-marandu promoveu acréscimo linear dos teores de carboidratos não fibrosos, representados pela fração A+B1, com valores estimados pela equação de 10,96, 17,72, 18,47, 22,23 e 25,98%, respectivamente, em função dos níveis de 0 a 40% de inclusão. O teor da fração B2 diminuiu com a adição de resíduo de cervejaria, por meio de comportamento linear decrescente (P<0,05), com redução de 0,06 unidade percentual a cada 1% de inclusão de resíduo. A análise estatística da fração C de carboidratos das silagens também apresentou comportamento linear decrescente (P<0,05), à medida que se incluía resíduo de cervejaria na ensilagem de capim, sendo estimado em 0,31 unidade percentual a cada 1% de resíduo adicionado ao capim-marandu. Foi observada diferença por meio de equação linear decrescente (P<0,05) para os compostos nitrogenados insolúveis em detergente neutro (NIDN), sendo estimado em 0,25 unidade percentual a cada 1% de resíduo de cervejaria desidratado adicionado na ensilagem de capim-marandu. Os teores de nitrogênio elevaram-se linearmente quando se adicionou o resíduo de cervejaria na ensilagem do capimxi marandu (P<0,05). A fração A, obtida para as silagens de capim-marandu, apresentaram comportamento linear crescente (P<0,05) em função da inclusão do resíduo de cervejaria desidratado. A inclusão de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem de capim-marandu provocou comportamento linear decrescente (P<0,05) na fração B1+B2, com redução média de 0,37 unidade percentual a cada 1% de aumento do nível do subproduto. A fração B3 apresentou comportamento linear crescente (P<0,05), com aumento médio de 0,35 unidade percentual a cada 1% de aumento do nível do subproduto de cervejaria. O estudo de regressão mostrou comportamento linear decrescente (P<0,05) para a fração C em função dos níveis de resíduo de cervejaria. A inclusão do nível de 20% de resíduo de cervejaria desidratado à silagem de capim-marandu proporciona melhoria das proporções das frações proteicas e de carboidratos, assim como sobre os parâmetros cinéticos da degradação ruminal da matéria seca, proteína bruta e fibra em detergente neutro. No terceiro capítulo, avaliou-se a ingestão e digestibilidade aparente em ovinos alimentados com silagens de capim-marandu aditivadas com resíduo de cervejaria desidratado naturalmente. Para ensilagem do capim-marandu aditivado com níveis de cevada desidratada, utilizaram-se sacos plásticos de 100 kg de capacidade de peso, com o total de cinco sacos plásticos, perfazendo 500 kg de forragem verde por tratamento, que ficou ensilada por 45 dias. O capim-marandu utilizado foi oriundo do mesma piquete do primeiro experimento e teve o mesmo trato cultural. O período de avaliação teve duração de 21 dias, sendo 15 para adaptação às dietas e seis para as coletas. A inclusão do resíduo de cervejaria desidratado promoveu aumento linear (P<0,05) do consumo de água, que aumentou em 0,02 ponto percentual a cada unidade de resíduo adicionada. Os níveis de adição de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem do capim-marandu influenciaram positivamente (P<0,05) os consumos de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e fibra em detergente neutro, e não influenciaram os valores de consumo de fibra em detergente ácido e a matéria orgânica. Conclui-se que ensilagens contendo níveis de 20% a 30% de resíduo de cervejaria desidratado, promoveram respostas positivas aos consumos de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo e fibra em detergente neutro. No quarto capítulo, avaliou-se o comportamento ingestivo de ovinos alimentados com silagens de capim-marandu aditivado com resíduo de cervejaria desidratado naturalmente. As condições experimentais foram semelhantes ao relatado no terceiro capítulo, com a diferença que os animais foram observados a cada 10 minutos, nos três últimos dias do período experimental durante 24 horas. Para o tempo em ruminação, não houve diferença estatística (P>0,05), ou seja, os animais mantiveram um equilíbrio entre os períodos noturno e diurno. O tempo de ingestão foi afetado pela adição de resíduo de cervejaria desidratado na ensilagem de capimmarandu de forma linear (P<0,05). Houve diferença (P<0,05) para o tempo de ingestão diurna em relação à ingestão noturna dos animais alimentados com silagens de capim- marandu. Houve diferença estatística para o tempo de ingestão diária (P<0,05), com efeito quadrático. A utilização do subproduto da agroindústria de cervejaria promoveu efeito quadrático (P<0,05) sobre o consumo de matéria seca, com valor de ponto de máxima estimado em 23,25% na adição do aditivo. Observou-se comportamento linear crescente (P<0,05) da equação de regressão para o consumo de fibra em detergente neutro (FDN), em 24 horas de avaliação. Entretanto, o número de bolos ruminados por dia (no/dia) apresentou comportamento linear decrescente (P<0,05), de modo que o valor máximo foi de 653,08 bolos para a silagem controle e, para o nível mais alto de resíduo de cervejaria desidratado, foi de 595,8 bolos ruminados/dia. Para o número de mastigações merícicas por bolo ruminado e número de mastigações por dia, observou-se comportamento quadrático (P<0,05), com ponto de máxima de 74,19 bolos mastigados no nível de inclusão de 21,20% e valor máximo de 23.405,99 mastigações diárias para o nível de 20,44% de resíduo de cervejaria desidratado, respectivamente. A eficiência de ingestão e eficiência de ruminação da matéria seca (g MS /hora) foram significativas (P<0,05), por meio de comportamento quadrático, e a eficiência de ingestão e ruminação de FDN apresentaram comportamento linear crescente. O período de ingestão (no de refeições/dia) foi significativo (P<0,05), apresentando efeito quadrático, com valor máximo estimado de 31,69/dia, com o nível de inclusão de 20,03% de resíduo de cervejaria desidratado. A atividade de ruminação, expressa em g de MS e FDN/bolo foi influenciada (P<0,05) pela adição de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu de forma quadrática, com valor máximo estimado de 1,57 g de MS/bolo ruminado na inclusão de 24,72% do aditivo na ensilagem de capim. Comportamento similar foi observado para a quantidade de material ruminado (g de FDN/bolo). A atividade de ruminação e mastigação, expressa em min/kg de MS e FDN, também foi influenciada (P<0,05) pela adição de resíduo de cervejaria na ensilagem de capim-marandu de forma quadrática, com ponto de mínimo na inclusão de 21,69% de resíduo de cervejaria. Conclui-se que níveis intermediários de 20 a 25% do resíduo de cervejaria desidratado afeta alguns parâmetros do comportamento ingestivo. |