Em terra de Nossa Senhora do Rosário, Santa Luzia é padroeira: um estudo sobre o mito de fundação da cidade de Carangola (MG)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31305 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.410 |
Resumo: | São inúmeros os estudos que discorrem sobre a geograficidade da religião católica no Brasil, principalmente sua influência na funcionalidade dos espaços ao longo do tempo. Porém, ainda é rara a abordagem de tal fenômeno na construção da identidade de pequenas cidades, que utilizaram da religião como força motriz de seu desenvolvimento em detrimento da vida negros e indígenas. Pensando nisso, o presente estudo (re)visita o processo de constituição territorial da atual Zona da Mata Mineira no século XIX, visando problematizar os processos de invisibilidade da população negra ou cativa na geo-história dessa região. Neste sentido, a presente pesquisa baseia-se no método Geohistórico e tem como objetivo compreender, a partir de uma abordagem alternativa-decolonial, o mito de fundação territorial da pequena cidade de Carangola (MG) a partir de uma análise comparativa entre as Igrejas de Santa Luzia e Nossa Senhora do Rosário, bem como a relevância de suas festas, devido à constatação de algumas contradições em sua história oficial, permitindo acreditar na hipótese de que seu processo de formação estaria ligado a aspectos de ordem econômicas e raciais que resultaram na ascensão da santa de devoção da elite e ocultamento daquela de devoção dos povos negros escravizados. Para tanto, será estabelecido um diálogo com a abordagem sugerida pelos estudos culturais, aqueles que compreendem a cultura enquanto elemento produtor de territórios e territorialidades, relacionando os aspectos de descaracterização identitária aos mecanismos branco-hegemônicos de apoio da Igreja Católica na regulamentação desses pequenos povoamentos rurais. Para o desenvolvimento do trabalho será necessário recorrer à bibliografia e a literatura específica do tema, apoiando nos autores da Geografia Cultural e da Religião e aqueles que se dedicaram a compreender a atual Zona da Mata Mineira e os patrimônios de terras da Igreja em Minas Gerais. Como referência principal, serão utilizados os estudos pioneiros sobre a cidade de Carangola. Além disso, como ferramenta de operacionalização, serão realizados trabalhos de campo para buscar informações nos locais de memória da cidade e em espaços de divulgação digital. Palavras-chave: Conflitos territoriais. Igreja Católica. Negros Escravizados. Festas. Geografia Histórica. |