- Entre lamparinas e lampiões - narrativas, saberes e fazeres que ensinam: memórias dos atendentes de enfermagem da Casa de Caridade de Carangola-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Guedes, Josias Teodoro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22611
Resumo: A presente dissertação tem como proposta o comprometimento com o cotidiano epistêmico de pessoas que se dedicaram ao cuidado, na figura dos atendentes de enfermagem da Casa de Caridade de Carangola-MG - segmento de categoria hoje inexistente na enfermagem brasileira - e busca o diálogo entre sujeitos em suas singularidades. Inspira-se na pertinência dos conceitos postulados por Boaventura de Sousa Santos, em sua sociologia das ausências, que nos ajudam a compreender como se dá, na história, o processo de produção de inexistências, que promove a morte de saberes e lógicas distintos (epistemicídios), e o desperdício da experiência social mundial, além de legitimar o chamado pensamento abissal. Este trabalho, pois, assumiu o desafio de ouvir aqueles que foram invisibilizados, através de metodologias que não os (re)colocasse como “objetos de pesquisa”. Assim, a relação sujeito-sujeito de Boff, como a necessidade de “ouvir para aprender a ouvir”, de Bakhtin, foram inspiração. A “possibilidade caminho” de entre lamparinas e lampiões não utilizou de entrevistas. Foi tecida entre conversas, como instrumento de pesquisa, com seis atendentes de enfermagem. Exercitou-se a prática de ouvir e conversar. Este universo inspirou a escrita em forma de narrativas como possibilidade e estratégia contra-hegemônica, envolvendo o cotidiano do cuidado. As vozes, memórias e histórias ouvidas não se subjugaram a um monólogo minimizador de existências, pelo contrário: foram e são desobedientes. Caminham em suas singularidades pelo cotidiano hospitalar e da vida no que poderia ser visto como roteiro predeterminado do considerado “forte e poderoso” em Certeau. Na aparente “obediência” do que lhes “pensam impor” existem resistências e estratégias, talvez confusas, mas persistentes que representam, penso, a teimosia histórica do povo brasileiro. São preciosidades da camada popular através do contato e desdobramentos com a realidade. Busquei traduzir estes encontros em forma de narrativas. Elas são uma possibilidade de reflexão sobre o cuidado humano, transpondo o tempo e o espaço de um ambiente hospitalar, e foram tecidas com o cuidado que brota dos grandes encontros