Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Lidiane Nunes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7503
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Resumo: |
Esta pesquisa analisou os usos e significados do termo roça expressos nas marcas de produtos e serviços no mercado brasileiro, entre os anos de 1960 e 2014. Partiu-se da premissa de que roça é um termo de uso nativo, relativo e relacional, que, a depender do contexto social, pode carrear uma valoração simbólica positiva ou estigmatizada para classificar pessoas e bens, na perspectiva da antropologia do consumo. Teve-se como pressuposto que os usos e os significados atribuídos ao termo roça, no Brasil, poderiam revelar mudanças e permanências acerca da representação do “campo”, enquanto espaço físico, e do “rural”, enquanto modo de vida, indicando, implicitamente, a dinamicidade da relação campo-cidade e rural-urbano em meio às transformações socioeconômicas do Brasil. Estabeleceu-se, como hipóteses de trabalho, que o uso da categoria roça entre atores de diferentes contextos sociais, até meados dos anos 1980, acentuava as tradicionais assimetrias historicamente instituídas na sociedade brasileira. Após os anos 1980, o uso dessa categoria nas marcas de produtos e de serviços apontaria para a flexibilização das fronteiras demarcatórias das hierarquias sociais, ao criar identificadores fluidos em relação às posições sociais de consumidores e produtores. A valoração positiva do termo roça na sociedade brasileira se relacionaria tanto a fatores externos, como a emergência de discursos voltados à conservação ambiental e a revalorização do rural como alternativa de vida às condições sociais da modernidade tardia e do pós-produtivismo, quanto a fatores internos, como as conquistas advindas das políticas sociais posteriores ao período da redemocratização brasileira. A pesquisa analisou uma amostra de 325 marcas com solicitação de registro, com a palavra roça, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no período entre 1965 e 2014. Esta amostra foi analisada utilizando-se estatística descritiva e análise de conteúdo de frequência, léxico-sintática e categórica. Realizou-se também trabalho de campo, aplicando-se 70 questionários semiestruturados e entrevistas a produtores, distribuidores e consumidores de produtos e serviços com a marca roça no Mercado Central de Belo Horizonte e no 4o Festival de Gastronomia e Cultura da Roça, na cidade de Gonçalves, em Minas Gerais. Estes dados foram analisados por meio de estatística descritiva, análise de conteúdo categórica, com a utilização do software NVivo, e análise estatística textual, com auxílio do software Alceste. A análise de conteúdo das marcas corroborou a hipótese de que a categoria roça apontaria para uma revalorização do rural, sendo utilizada para se distinguir dos produtos e serviços industrializados, massificados, indiferenciados, destacando a sua procedência ou origem. Na perspectiva dos produtores, distribuidores e consumidores, os produtos com a marca roça foram classificados positivamente como naturais e artesanais em detrimento dos produtos industrializados. A classificação desses produtos e serviços pelos entrevistados envolvia os ideais de natureza, bem como o imaginário romântico-nostálgico e tradicional. Constatou-se uma permanência no uso histórico do termo roça como sinônimo de lavoura, campo e rural, mas a atribuição de novos significados, como românticos, nostálgicos e com referências à natureza que confirmam uma tendência de valorização do rural em curso. Comprovou-se também o caráter relativo e relacional do termo roça, considerado como lavoura, campo e rural para os entrevistados residentes no campo, e como natureza, interior e cidade pequena para os respondentes metropolitanos. |