Controle biológico de nematoides gastrintestinais de bovinos por meio da associação de fungos helmintófagos e pesquisa de parasitoses intestinais em humanos na Zona da Mata de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Fernanda Mara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6738
Resumo: O Brasil possui o segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças. Porém, as helmintoses gastrintestinais de ruminantes são fatores de grande impacto na bovinocultura. O controle biológico utilizando fungos nematófagos surge como uma alternativa promissora no combate das helmintoses. Três isolados dos fungos nematófagos, Duddingtonia flagrans (AC001) Pochonia chlamydosporia (VC4) e Arthrobotrys robusta (I31) foram avaliados em condições laboratoriais quanto a capacidade de predar larvas infectantes. Péletes foram confeccionados contendo os 3 isolados e separados 2 grupos composto por 15 placas de Petri contendo AA2%. Foram adicionados 75 péletes, distribuídos sobre as placas e incubadas à 25o C. Cerca de 3000 larvas de Haemonchus sp, Cooperia sp. e Oesophagostomum sp. foram gotejadas sobre as placas, mantidas em estufa à 25o C e observadas diariamente, por 5 dias. Como controle, também foram gotejadas aproximadamente 3000 larvas infectantes dos mesmos nematoides em placas sem fungo. As larvas livres de predação foram recuperadas a partir do método de Baermann. Observou-se um percentual de redução na recuperação das larvas de 94 % no grupo tratado em relação ao grupo controle (p<0,01), mostrando serem eficientes. Em seguida os mesmos isolados foram avaliados à campo. Doze animais foram utilizados, sendo previamente vermifugados com anti-helmíntico para bovinos e pesados, em seguida foram separados em dois grupos. No primeiro grupo, cada animal foi tratado com aproximadamente 2 g de péletes para cada 10 kg de animal, contendo os mesmos fungos associados, administrados 2 vezes por semana conjuntamente com ração comercial. No grupo controle cada animal recebeu 2 g de péletes sem micélio adicionados a ração. Durante todo período experimental, os animais do grupo tratado mantiveram contagem de ovos por gramas de fezes significativamente menor (p<0,01) em relação aos animais do grupo controle, com uma redução de 91,8%. A redução do número de larvas infectantes recuperadas das pastagens foi de 27,5 % na distância de 0-20 cm e de 26,7 % na distância de 0-40 cm dos bolos fecais. A associação de fungos nematófagos fornecida em matriz de alginato de sódio foi eficaz no controle dos nematoides Haemonchus sp., Cooperia sp. e Oesophagostomum sp. por diminuir a reinfecção devido a ação antagônica dos fungos sobre larvas infectantes disponíveis nas pastagens. Infecções parasitárias acometem não só animais como também seres humanos, tendo elevada prevalência em países subdesenvolvidos. Elas são responsáveis por quadros clínicos variáveis podendo estar associadas à diarréia crônica e à desnutrição, o que pode comprometer o desenvolvimento de indivíduos de diferentes faixas etárias. Este trabalho também tem por objetivo avaliar a prevalência de parasitoses intestinais em pacientes atendidos em um Hospital localizado na Zona da Mata de Minas Gerais no período de maio de 2007 a fevereiro de 2015. Os exames de fezes foram realizados através da técnica de Hoffman, Pons e Janer (HPJ). A prevalência das parasitoses intestinais de um total de 1.832 amostras foi de 13,85%. Entre as mulheres, 8,40% estavam parasitadas e 5,45% nos homens. Houve associação do número de parasitoses intestinais quando comparados com fatores socioeconômicos, sendo que 68,3% dos indivíduos positivos para alguma parasitose possuía renda mensal menor que um salário mínimo. A alta prevalência de enteroparasitoses no Brasil deve-se entre outros fatores, o difícil acesso ao saneamento básico e a falta de programas de educação sanitária.