Análise da qualidade de vida de idosos - município de Teixeiras-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Pereira, Renata Junqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8840
Resumo: Com o aumento da expectativa de vida no mundo, faz-se necessário pensar também na qualidade de vida nesses anos que sobrevieram. Diante disso, o interesse pela pesquisa sobre o envelhecimento humano foi despertado, surgindo uma multiplicidade de indagações, opiniões e avaliações objetivas e subjetivas sobre a qualidade de vida da população idosa. Neste sentido, este estudo teve como objetivos: avaliar a qualidade de vida da população idosa do município de Teixeiras- MG; estudar o perfil sociossanitário dessa população; analisar a influência das condições sociossanitárias na qualidade de vida desses idosos e realizar comparações da qualidade de vida entre a população usuária e não usuária do PSF. O desenho do estudo foi observacional de corte transversal, tendo participado do estudo 211 indivíduos de idade igual ou superior a 60 anos, representando, portanto, 14,28% da população de idosos do município. A amostragem do estudo foi aleatória estratificada por sexo, por utilização ou não do PSF e residência nas diferentes microáreas de saúde. Foram calculados 15% do total de indivíduos cadastrados em cada microárea de saúde e o número representativo desta porcentagem foi dividido proporcionalmente por sexo e utilização ou não do PSF. Utilizaram-se dois questionários, aplicados em visitas domiciliares, por um único entrevistador, devidamente treinado. Um deles, especificamente criado para este estudo, buscou analisar as variáveis sexo, idade, escolaridade, renda, zona de residência, situação conjugal, apoio familiar, condições da habitação, composição do núcleo familiar, atividade profissional, cobertura previdenciária, prática de atividade física, morbidades auto-referidas, utilização de medicamentos, sono, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e utilização de serviços de saúde, objetivando caracterizar os idosos quanto às variáveis sociossanitárias. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o instrumento proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o World Health Organization Quality of Life Instrument Bref (WHOQOL-bref), que analisa quatro domínios da qualidade de vida: capacidade física, bem-estar psicológico, relações sociais e meio ambiente. O WHOQOL-bref é uma versão reduzida do WHOQOL-100, sendo composto por 24 questões que avaliam os 4 domínios e mais 2 questões de avaliação global de qualidade de vida. Os dados foram analisados por meio de Análises de Regressão Linear e Logística, com a utilização do programa estatístico SPSS. Dos idosos estudados, 51,7% eram do sexo feminino e 48,3% do masculino. A idade do grupo variou entre 60 a 93 anos com média de 71,09 (± 8,09). A faixa etária predominante foi de 60 a 69 anos (49,3%), seguida das faixas de 70 a 79 anos (32,7%), 80 a 89 anos (15,6%) e 90 anos e mais (2,4%). A maioria residia na zona urbana (66%) e 34% na zona rural. Os resultados indicaram que os idosos de Teixeiras apresentaram altos escores de qualidade de vida para todos os domínios do WHOQOL-bref. Ao se analisar a contribuição dos diferentes domínios na qualidade de vida global, observou-se que os quatro domínios juntos explicam 36,1% da qualidade de vida global; e que os domínios diferiram a respeito da contribuição individual: o domínio que mais contribuiu foi o Físico, seguido do Ambiental e do Psicológico; o Social não teve contribuição estatisticamente significativa. O sexo teve influência significativa nos domínios Físico, Psicológico e Ambiental, sendo os escores médios desses domínios significativamente maiores entre os homens. O fato de ser usuário ou não dos serviços do PSF não se mostrou significativamente associado aos escores de qualidade de vida em nenhum dos domínios do WHOQOL-bref. Também a idade não foi fator de risco significativo para baixos escores de qualidade de vida. Em todos os domínios, pelo menos duas variáveis sanitárias estiveram associadas a menores escores de qualidade de vida. Atenção especial deve ser dada a essas características sanitárias que se destacaram como fatores de risco para uma baixa qualidade de vida: a utilização de medicamentos, a necessidade de cuidados médicos, a ausência de cobertura por plano de saúde privado, a presença de comorbidades, os problemas do sono e estar aposentado. Nesse sentido, identificar os fatores que contribuem para uma pior ou melhor qualidade de vida do idoso torna-se imprescindível aos profissionais de saúde, gestores e políticos, para que sejam capazes de prestar cuidados em saúde adequados e direcionados ao perfil epidemiológico, social e demográfico da comunidade.