Avaliação genética do crescimento de bovinos da raça Simental utilizando modelos multicaracterísticos e de regressão aleatória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mota, Rodrigo Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Mestrado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5725
Resumo: Foram utilizados 29.510 registros de pesos, referentes a 10.659 animais da raça Simental, provenientes da Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS), com o objetivo de estimar componentes de (co)variância e parâmetros genéticos, para pesos, ao longo da curva de crescimento, usando Modelos Multicaracterísticos (MMC) e Modelos de Regressão Aleatória (MRA). Nas análises MMC, o teste da razão de verossimilhança (LRT) foi utilizado para determinar a significância dos efeitos aleatórios incluídos no modelo e definir o modelo mais adequado. Todos os efeitos aleatórios avaliados foram significativos e considerados no modelo final de análise. Nas análises MRA, diferentes ordens de ajustes para os polinômios foram comparados por cinco diferentes critérios, a fim de se escolher o modelo mais adequado. Um modelo de ordem três, para os efeitos, genético aditivo direto, ambiente permanente direto, genético aditivo materno e ambiente permanente materno, foi suficiente para modelar a estrutura das variâncias do peso, ao longo da curva de crescimento dos animais. Os componentes de (co)variância foram, de maneira geral, semelhantes em MMC e MRA. As herdabilidades diretas de MMC foram ligeiramente inferiores às de MRA e variaram, respectivamente, de 0,04 a 0,42 e 0,16 a 0,45. As correlações genéticas aditivas diretas foram, em sua maioria, positivas e de alta magnitude, sendo maiores, em idades mais próximas. Diante dos resultados encontrados e pelo fato de ser possível a implementação dos MRA e estes não requererem o pré-ajustamento dos pesos às idades padrão, os MRA podem ser recomendados na avaliação genética de bovinos, da raça Simental, no Brasil. Em um segundo estudo, registros de pesos foram utilizados na avaliação genética do crescimento, mediante inclusão ou não, de animais oriundos da técnica de transferência de embriões (TE). Um modelo multicaracterístico, com exclusão de indivíduos de TE (MMC1), continha 29.510 registros de 10.659 animais e outro, sem exclusão (MMC2), continha 62.895 registros de 23.160 animais. Os registros foram ajustados para as idades aos 100, 205, 365, 450, 550 e 730 dias. Com exceção da variância de ambiente permanente materno, os componentes de (co)variância foram equivalentes nos dois modelos. As herdabilidades diretas (h2d) em MMC1 foram 0,04, 0,11, 0,20, 0,27, 0,31 e 0,42, e em MMC2 0,11, 0,11, 0,17, 0,21, 0,22 e 0,26, respectivamente, para as idades aos 100, 205, 365, 450, 550 e 730 dias. As estimativas de h2d para MMC1 foram superiores às encontradas em MMC2, a partir do peso aos 365 dias. As correlações genéticas aditivas diretas, em ambos os modelos, foram de moderadas a altas, indicando que as características devem ser determinadas, em grande parte, pelos mesmos genes. Os animais oriundos da técnica de transferência de embriões podem ser incluídos na avaliação genética de bovinos da raça Simental, no Brasil, resultando em potencial ganho em acurácia nas avaliações e maiores ganhos genéticos em razão da diminuição do intervalo de gerações. Em um terceiro estudo, utilizou-se modelos de regressão aleatória, nos mesmos registros de pesos do segundo estudo, para avaliação genética do crescimento, mediante inclusão ou não de animais de TE. De modo geral, os componentes de (co)variância foram similares nos dois modelos, com exceção dos componentes de ambiente permanente materno e residual. No MRA1, houve oscilação no início da trajetória observada para o componente de ambiente permanente materno. O componente residual, em MRA1, foi de magnitude maior em relação a MRA2, podendo indicar um potencial ganho em acurácia em MRA2. As herdabilidades diretas em MRA1 e MRA2 apresentaram comportamentos similares, com oscilações ao longo da curva e foram levemente superiores em MRA1, variando em torno de 0,1 a 0,5, e em MRA2 variando de 0,1 a 0,4. As estimativas de correlações, de modo geral, foram de mesma magnitude e com menores valores, à medida que as idades se distanciaram. Tais resultados sugerem que a inclusão de animais oriundos da técnica de transferência de embriões, no processo de avaliação genética, pode ser feita utilizando-se modelos de regressão aleatória, visto que a inclusão destes animais proporcionaria maiores ganhos genéticos por unidade de tempo, em razão da redução do intervalo de gerações, obtido pelo uso dessa técnica reprodutiva.