Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Brito, Alice Divina Melo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/27764
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Resumo: |
A resistência à insulina (RI) possui uma forte relação com a obesidade, o que a torna um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica (SM). Essas alterações cardiometabólicas na infância aumentam o risco de doenças crônicas na vida adulta, sendo muito importante diagnosticá-las precocemente, fazendo-se necessário o estabelecimento de pontos de corte para métodos preditivos que sejam adequados para crianças. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a capacidade preditiva do índice triglicerídeos-glicose (TyG) para RI, estimar pontos de corte a partir dos índices TyG e Homeostasis Model of Assesment – Adponectin (HOMA-AD) para a RI, e avaliar suas associações com o risco cardiometabólico em crianças de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo transversal de base populacional com 372 crianças de 8 e 9 anos, matriculadas em todas as escolas públicas e privadas da área urbana do município de Viçosa, Minas Gerais, provenientes da Pesquisa de Avaliação da Saúde do Escolar (PASE). Em algumas análises, também foram utilizados dados de 141 crianças de 4 a 7 anos de idade, provenientes de uma análise transversal de uma coorte retrospectiva de nascimento realizada no Programa de Apoio à Lactação (PROLAC) em Viçosa. Foi realizada avaliação antropométrica (peso, estatura, perímetro da cintura (PC) e perímetro do pescoço (PP)), da composição corporal pela Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia – DXA (gordura corporal total, androide e ginoide) e da pressão arterial (PA). Foram avaliadas as concentrações séricas de glicemia e insulina de jejum, colesterol total (CT) e frações lipídicas (HDL-c, LDL-c, TG), apolipoproteínas (Apo) A1 e B, homocisteína, adiponectina e leptina. Foram calculados o índice de massa corporal (IMC), a razão cintura estatura (RCE), a razão gordura androide e ginoide (RAG), bem como as razões CT/HDL-c, LDL- c/HDL-c, TG/HDL-c e Apo B/A1. Os fenótipos cintura-hipertrigliceridêmica e RCE- hipertrigliceridêmica foram avaliados. A partir dos dados bioquímicos, foram calculados os métodos de predição de RI, tais como o Homeostasis Model of Assessment – Insulin Resistance (HOMA-IR - que utiliza glicemia e insulina de jejum), o índice TyG (que utiliza glicemia de jejum e triglicerídeos) e o HOMA-AD (que utiliza glicemia, insulina de jejum e adiponectina). Realizou-se o Teste t de Student ou Mann-Whitney e ANOVA one-way para comparação de médias ou medianas entre 2 ou 3 grupos independentes, o Teste Exato de Fisher e o Teste do qui-quadrado de Pearson para avaliar associações entre as variáveis categóricas. Calculou-se a razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95% (IC 95%) pela regressão de Poisson para avaliar a relação entre o índice TyG e os fatores de risco cardiometabólico. A regressão linear foi realizada para avaliar a associação entre o HOMA-AD e os fatores de risco cardiometabólico. Pela curva Receiver Operating Characteristic (ROC), tendo o HOMA-IR como método de referência, estabeleceu-se pontos de corte para o índice TyG e o HOMA-AD estratificados por sexo. Estes pontos de corte apresentaram valores satisfatórios de sensibilidade e especificidade, além de áreas sob a curva (AUC) acima de 0,70. Os pontos de corte propostos para o índice TyG para identificação da RI foram 7,9 para meninos e 8,1 para meninas. Enquanto para o HOMA- AD, os pontos de corte propostos foram de 95,6 para meninos e 58,9 para meninas. Observou-se que 42,2% e 19,8% das crianças foram consideradas em risco de desenvolver RI, segundo os pontos de corte estimados para o TyG e HOMA-AD, respectivamente. Valores aumentados de TyG estiveram associados ao maior risco cardiometabólico, tais como excesso de peso e de adiposidade corporal total e central, hipertensão e perfil lipídico alterado. Em relação ao HOMA-AD, houve associação direta com os marcadores de adiposidade central. Também foi encontrada associação direta entre os maiores valores do TyG e HOMA-AD e o acúmulo dos fatores de risco cardiometabólico. Conclui-se que a utilização do índice TyG para predição do risco de RI parece ser vantajosa em relação a outros métodos indiretos por ser um método não invasivo e que utiliza componentes comuns à prática clínica, tornando-o acessível e de baixo custo. Os índices TyG e HOMA- AD podem se tornar importantes para a identificação do risco cardiometabólico em fases precoces, tanto na prática clínica quanto em estudo epidemiológicos, por serem métodos úteis para detectar e monitorar o risco de resistência à insulina e alterações metabólicas associadas na infância. |