Alterações cardiometabólicas em mulheres hipertensas com obesidade abdominal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Isbele, Tárik de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8661
Resumo: Estudos observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da circunferência do abdome são índices prognósticos importantes na hipertensão arterial, sendo a obesidade abdominal um indicador relevante de risco cardiovascular aumentado. O objetivo deste estudo foi identificar alterações metabólicas e cardíacas em uma amostra de mulheres hipertensas não diabéticas com obesidade abdominal. Em um estudo transversal foram incluídas 120 mulheres hipertensas com idade entre 40 e 65 anos, divididas em grupo sem e com obesidade abdominal (SOA, n=42 e COA, n=78) quando circunferência abdominal < ou ≥ 88cm, respectivamente. As participantes do estudo foram submetidas à avaliação clínica e antropométrica, sendo coletados sangue e urina para exames bioquímicos. A seguir, foram encaminhadas para realização de eletrocardiograma, ecodopplercardiograma e ultrassonografia de carótida. A média de idade foi em torno de 53 anos nos dois grupos. A pressão arterial diastólica foi significativamente mais elevada no grupo com obesidade abdominal (90±1 vs 85±1 mmHg, p<0,05). Por outro lado, a pressão arterial sistólica, embora maior entre as mulheres obesas, não atingiu significância estatística (145±2 vs 140±2 mmHg, p=0,0979). O grupo COA apresentou maior número de critérios (3,1±0,1 vs 1,4±0,1, p<0,001) e maior prevalência (62,8 vs 11,9%, p<0,001) de síndrome metabólica, com escore de risco de Framingham semelhante entre os dois grupos. Apesar de glicemias normais e semelhantes nos dois grupos, as pacientes COA apresentaram índices significativamente mais altos de HOMA-IR (2,62±0,22 vs 1,61±0,17 p<0,01) e HOMA-beta (358±57 vs 200±22 p<0,05). Este grupo também demonstrou valores significativamente mais elevados de proteína C-reativa (0,49±0,05 vs 0,26±0,05mg/dl, p<0,01), ácido úrico (5,2±0,1 vs 4,2±0,1 mg/dl, p<0,001) e triglicerídeos (139±8 vs 107±9 mg/dl, p<0,05), e menores de HDL (49±1 vs 55±2 mg/dl, p<0,05). Na avaliação ecocardiográfica, a função sistólica foi semelhante nos dois grupos, mas as pacientes COA apresentaram evidências de disfunção diastólica pelo Doppler tecidual. As pacientes SOA apresentaram geometria ventricular predominantemente normal (75%), enquanto que o grupo COA teve uma prevalência maior de hipertrofia ventricular esquerda (29,2 vs 2,4%). Não houve diferença em relação à espessura médio-intimal da carótida nos dois grupos. Em conclusão, nesta amostra de mulheres hipertensas não diabéticas de meia-idade, a obesidade abdominal foi mais associada com resistência à insulina e alterações cardíacas estruturais e funcionais diastólicas, ainda sem evidências do processo de aterosclerose.