Uréia em dietas para bovinos: desempenho, consumo, digestibilidade, parâmetros ruminais e variação diária na excreção de indicadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Paixão, Mônica Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11268
Resumo: O presente trabalho foi realizado à partir de dois experimentos. No primeiro, avaliou-se o efeito de duas fontes protéicas (farelo de soja e uréia) e dois níveis de oferta de concentrado (0,75 e 1,25% do peso vivo) na dieta de novilhos confinados, sobre os consumos e digestibilidades aparentes totais da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), carboidratos não fibrosos (CNF) e consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT), além da avaliação física das carcaças, do rendimento dos cortes básicos, da eficiência de síntese microbiana e a concentração plasmática de uréia e excreção de uréia. Foram confinados 16 novilhos com peso médio inicial de 286 kg distribuídos, num esquema fatorial 2 x 2 sendo duas fontes protéicas (farelo de soja e uréia) e dois níveis de oferta de concentrado (0,75 e 1,25% do PV) no delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. As rações foram formuladas de forma a serem isoprotéicas (12% PB) e o volumoso constituído de silagem de capim-elefante e silagem de sorgo numa relação de 80:20, respectivamente. O ganho de peso dos animais que receberam com fonte protéica o farelo de soja foi numericamente superior aos que receberam uréia como fonte protéica 1,23 contra 1,14 Kg, respectivamente. Houve interação entre níveis de concentrado e fonte protéica para a digestibilidade do EE, para área de olho de lombo, e o rendimento da paleta (P<0,05). Os consumos de MS, MO, EE, CNF e NDT foram maiores quando se utilizou maior nível de concentrado, sendo que o mesmo ocorreu para as digestibilidade aparentes totais da MS, MO, EE e NDT (P<0,05). A fonte protéica não afetou nenhum dos consumos e digestibilidades estudados. A eficiência de síntese microbiana não foi afetada pelos tratamentos, apresentando média de 112,55 g de PB por Kg de NDT. A excreção diária de uréia foi afetada pela fonte protéica (P<0,05). Aumentos na oferta de concentrado resulta em maior consumo de energia e melhor ganho de peso. No segundo experimento objetivou-se determinar o efeito da substituição total da proteína do farelo de soja pelo nitrogênio não protéico da uréia em dois níveis de consumo de concentrado, sobre os consumos e digestibilidades aparentes totais e parciais da MS, MO, PB, EE, FDN, CNF e consumo de NDT, bem como determinar as concentrações de N-NH 3 no líquido ruminal e o pH obtidos quatro horas após a alimentação, avaliou-se também a variação diária na excreção dos indicadores FDAi e óxido crômico utilizando-se quatro novilhos Holandeses com peso vivo médio inicial de 445 kg, fistulados no rúmen e abomaso. Foi utilizado o delineamento em quadrado latino 4X4, sendo quatro animais, quatro períodos experimentais e quatro tratamentos. Os períodos experimentais tiveram duração de quatorze dias, sendo sete dias de adaptação e sete de coletas. Os tratamentos foram constituídos de níveis de uréia (0 e 100%) em substituição ao farelo de soja e dois níveis de oferta de concentrado (0,75 e 1,25% do PV). As rações foram formuladas de forma a serem isoprotéicas (12% PB) e o volumoso constituído de silagem de capim-elefante e silagem de sorgo numa relação de 80:20, respectivamente. Os níveis de concentrado afetaram os consumos e as digestibilidade aparentes totais de todos os nutrientes estudados (P<0,05). A digestibilidade parcial dos CNF foi menor para o maior nível de concentrado. Os consumos de EE e CNF foram afetados pela fonte protéica (P<0,01). A digestibilidade total dos CNF foi maior no tratamento com uréia (P<0,05). Não houve interação para nenhuma das variáveis estudadas. Tanto o pH quanto o N-NH 3 foram afetados pela fonte protéica e os níveis de concentrado (P<0,05). A variação diária de excreção dos indicadores foi avaliada no esquema de parcelas subsubdivididas tendo nas parcelas os tratamentos, nas subparcelas os indicadores (FDAi e óxido crômico) e a coleta total e nas subsubparcelas os dias no delineamento em blocos casualizados . Entre os dias 9o e 14o dos períodos experimentais, foi realizada a coleta total de fezes. Não houve interação entre indicador x tratamento, dia x tratamento, dia x indicador e dia x indicador x tratamento (P>0,05) para nenhuma das digestibilidades aparentes totais estudadas. Não houve efeito dos dias de coleta sobre nenhuma das digestibilidades aparentes estudadas. Com relação aos tratamentos apenas o NDT diferiu estatisticamente, o que se deve ao fato de os tratamentos possuírem diferentes níveis de energia. Houve diferença significativa entre as digestibilidades estimadas pelo FDAi e as obtidas pela coleta total de fezes e com o óxido crômico. Tanto o indicador externo (Cr 2 O 3 ), quando o interno (FDAi) foram eficientes na estimativa da digestibilidade dos nutrientes.